BUMLAI NEGA À PF TER BUSCADO APOIO DE PALOCCI PARA EX-DIRETOR DA PETROBRAS.
O pecuarista José
Carlos Bumlai negou em depoimento à Polícia Federal que tenha buscado
apoio do PT e do ex-ministro Antonio
Palocci para ajudar na manutenção de Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento da Petrobras em
2010, segundo relatou o lobista e delator Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.
Bumlai depôs na terça-feira (15). Ele foi confrontado
com o depoimento de Baiano sobre o suposto repasse de R$ 2 milhões da “cota” da
Diretoria de Abastecimento no esquema de corrupção na Petrobras para a campanha
de Dilma Rousseff em 2010.
Aos investigadores, Bumlai confirmou sua amizade com
Lula e disse que mantinha relações comerciais com Baiano, mas acusou o delator
de mentir, negou que possuísse influência política no PT e que tenha agendado
uma reunião entre Palocci, então coordenador da campanha de Dilma à
Presidência, e Costa para aproximá-lo do PT.
“Que não é verdade isso que foi dito por Fernando
Baiano, pois nunca marcou qualquer encontro envolvendo Paulo Roberto Costa e/ou
Antonio Palocci, que nunca conversou com Palocci no ano de 2010, durante a
campanha eleitoral”, afirmou o pecuarista que disse ainda ter se encontrado com
o ex-ministro somente uma vez naquele ano e que sequer conversou com ele.
O pagamento de R$ 2 milhões à campanha presidencial do
PT em 2010 foi inicialmente apontado aos investigadores da PF nas delações de
Paulo Roberto Costa, o primeiro delator da Operação Lava Jato , em agosto de 2014. O ex-diretor
relatou ter recebido um pedido via doleiro Alberto Youssef, que teria falado no nome de Palocci. O doleiro
negou ter sido ele o autor do pedido e revelou posteriormente que outro
operador de propinas traria à tona tal demanda.
Seria Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano,
operador de propinas ligado ao PMDB. Ele também fez acordo de delação premiada
com a Lava Jato e em depoimento no dia 15 de setembro revelou que aproximou
Palocci de Costa.
Para isso, Fernando Baiano afirma ter se reunido com o
pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, para que ele tentasse garantir a permanência de Costa na Diretoria de
Abastecimento da Petrobras caso a candidata Dilma fosse eleita. Costa temia ser
demitido do cargo.
Paulo Roberto Costa foi colocado frente a frente com
Fernando Baiano em novembro e negou que tivesse participado de reunião com ele
e Palocci para tratar do assunto. O ex-diretor sustenta ter ouvido de Youssef o
pedido de R$ 2 milhões para a campanha do PT a pedido do ex-ministro. Costa
disse que autorizou o pagamento.
A defesa de Fernando Baiano não foi localizada para
comentar o caso. Em nota, o PT afirma que todas as doações recebidas pelo
partido “aconteceram estritamente dentro da legalidade e foram posteriormente
declaradas à Justiça Eleitoral”.
Fonte: G1 – DF.
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