GOVERNO NEGA FRAUDES EM CPI
Enquanto governo defende-se em nota, PSDB anuncia representação contra
envolvidos.
Brasília. Em nota publicada ontem, a Secretaria de Relações Institucionais da
Presidência República, comandada pelo ministro Ricardo Berzoini, afirma que
"não elaborou perguntas para uso dos senadores" que integram a CPI da
Petrobras no Senado. A nota também traz a informação de que o assessor especial
da Pasta, Paulo Argenta, teria garantido que "jamais" preparou as
questões que foram antecipadas aos diretores da estatal que prestaram
depoimento.
Reportagem publicada neste sábado
(2) pela revista "Veja" mostra suposto diálogo entre servidores da
Petrobras em que tratam sobre uma trama para antecipar as perguntas que seriam
feitas aos depoentes da CPI. A revelação do esquema constaria em vídeo gravado
durante uma reunião entre o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José
Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa, Bruno Ferreira, e um terceiro
personagem ainda desconhecido. No diálogo que constaria no vídeo, Barrocas
revela a suposta participação na elaboração das perguntas de Argenta, do
assessor da liderança do governo do Senado, Marco Rogério de Souza, e do
assessor da liderança do PT na Casa, Carlos Wetzel. A estratégia de combinar
perguntas e respostas teria sido estreada em 20 de maio, quando o ex-presidente
da Petrobras, Sérgio Gabrielli, depôs.
Na ocasião, o relator, senador
José Pimentel (PT-CE), teria dado o "gabarito" a Gabrielli. Para
fazer chegar o material ao ex-presidente da estatal, Pimentel teria recorrido
ao ex-presidente da estatal José Eduardo Dutra, que hoje ocupa cargo de direção
na empresa, e à atual presidente, Maria Graça Foster.
O candidato a vice-presidente e
líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), afirmou que o partido entrará com
representações - provavelmente no Senado e no Conselho de Ética da Presidência
- contra a presidente Dilma Rousseff, parlamentares, funcionários da Petrobras,
do Senado e da Secretaria de Relações Institucionais pela suposta fraude na CPI
da estatal. Para o tucano, “é impossível que ela não soubesse da suposta fraude
e, por isso “é, pelo menos, responsável moral”“.
Fonte: Agência Brasil.
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