terça-feira, 26 de agosto de 2014

REDACIONAL PARTIDÁRIO !

 MARINA E AÉCIO
PAPÉIS SE INVERTEM NA BOLSA DE PROMESSAS.

Falas recentes da candidata defendem o tripé do superávit fiscal, meta de inflação e câmbio flutuante.

São Paulo. Faltando 40 dias para o primeiro turno da eleição, os dois principais candidatos da oposição, Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), inverteram os papéis e passaram a defender propostas adaptadas às circunstâncias políticas.
Enquanto o tucano deixa de lado o discurso do rigor fiscal e promete ampliar programas de transferência de renda, a ex-ministra do Meio Ambiente concentra sua agenda na economia e envia sinais ao mercado financeiro, agronegócio e empresários.
O então candidato do PSB, Eduardo Campos, com 9% das intenções de voto, que morreu num acidente aéreo no dia 13 de agosto, apostava em promessas como o passe livre estudantil, escolas em tempo integral para todos os alunos da rede pública, fim do fator previdenciário e aumento dos gastos com saúde.

Substituta do ex-governador na chapa pessebista, Marina inverteu o discurso. Deu uma pausa nas promessas dispendiosas e passou a refazer o movimento de aproximação com o mercado que seu antecessor já havia feito no primeiro semestre.

Suas falas mais recentes enfatizam a defesa do tripé formado por superávit fiscal, meta de inflação e câmbio flutuante. No primeiro ato de campanha, no Recife, sábado, destacou a necessidade de combate à inflação.

Por outro lado, a campanha do PSB pôs em campo assessores econômicos da candidata para dar entrevistas procurando mostrar que ela vai tocar a economia de forma conservadora. Falaram recentemente Neca Setubal e Eduardo Giannetti. Outra questão importante no atual repertório de Marina é o "respeito às instituições".

O objetivo, segundo ela, é evitar "qualquer interpretação errônea sobre o compromisso com os marcos constitucionais que regem as relações da sociedade com o Estado brasileiro".
Com o crescimento de Marina nas pesquisas, o discurso da campanha está mudando. Ela já faz acenos para setores do PT e do PSDB para indicar que conseguirá governar caso seja eleita.

Adversário

Após a morte de Campos e do luto que paralisou a campanha, Aécio voltou à cena com um figurino bem diferente do adotado no primeiro semestre, quando apresentava-se como o candidato da austeridade.

Enquanto o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, que coordena o programa do tucano na área econômica, dava entrevistas dizendo que o gasto público deveria ser limitado por lei, Aécio citava uma máxima de seu avô, Tancredo Neves: "É proibido gastar". "Se precisar passar quatro anos devendo popularidade para fazer o que precisa ser feito, vou fazer. Que venha outro depois para colher os louros", disse em abril.

Em eventos com empresários, o candidato chegou a defender a flexibilização das leis trabalhistas em alguns setores da economia, como o turismo.

Na retomada da campanha, porém, o tucano passou a fazer promessas que elevariam o gasto público, mas sem explicar de onde viriam os recursos.

Em visita a um abrigo de idosos no domingo, Aécio prometeu que, se eleito, ampliará os benefícios pagos aos aposentados, complementando a renda destes com valor adicional para a compra de medicamentos.

O presidenciável Aécio Neves (PSDB) ironizou ontem a intenção de auxiliares de Marina de governar com o apoio dos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso e disse que "vai prevalecer o software original".

O tucano respondeu à afirmação do economista Eduardo Giannetti, que disse que um governo Marina buscaria apoio do petista e do tucano.

"Fico muito honrado ver sempre referências positivas aos nossos quadros. Mas o que vai prevalecer é o software original. Quem vai governar é o PSDB e com figuras qualificadas", disse Aécio, em visita ao mercado do Saara, no Rio.

Giannetti disse que, se for eleita, Marina procurará pessoas do PT e do PSDB para formar sua equipe de governo. Para ele, até os ex-presidentes Lula e FHC poderiam colaborar.

Em passagem por Salvador no sábado, o tucano reuniu lideranças do partido no Nordeste e aliados de outras siglas para anunciar a "vitrine" de sua candidatura na região: o programa "Nordeste Forte".

Entre outras promessas do tucano, o projeto prevê elevar a renda per capita, Ideb e IDH da região semiárida da região Nordeste em dez anos.

Fonte: REUTERS.

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