Morreu na manhã de ontem o candidato à Presidência da República pelo
PSB, Eduardo Campos, 49 anos, vítima de acidente aéreo, em Santos, onde
realizaria atividade eleitoral. A aeronave, modelo Cessna 560XL, prefixo
PR-AFA, vinha do Rio do Janeiro com destino à Base Aérea de Santos, localizada
no Guarujá. Sem conseguir pousar, arremeteu e caiu no bairro do Boqueirão, no
Canal 3, em Santos.
Além de Eduardo, mais seis
pessoas estavam a bordo: os pilotos Geraldo Cunha e Marcos Martins, o assessor
de imprensa Carlos Augusto Leal Filho conhecido como Carlos Percol, o fotógrafo
Alexandre Severo Gomes e Silva, o cinegrafista Marcelo Lira e ainda o
ex-deputado federal Pedro Valadares Neto. Não houve sobreviventes no acidente.
A tragédia provocou comoção em
todo País, além de entrar para a história da política nacional. Foi a primeira vez que se
registrou a morte de um candidato a presidente durante o período eleitoral. O
ex-governador de Pernambuco morreu exatamente no mesmo dia em que seu avô
Miguel Arraes, também de trajetória histórica na política brasileira. Arraes morreu em 2005, aos 88
anos.
Eduardo era casado com Renata
Campos e deixa cinco filhos – Maria Eduarda, João, Pedro, José Henrique e
Miguel.
ACIDENTE
Após participar de entrevista no Jornal Nacional, da Rede Globo, e de programa político na GLOBONEWS, na noite de terça-feira, no Rio de Janeiro, Eduardo optou por ficar na capital fluminense, contrariando ritual usual em sua campanha, o de dormir em cidades onde realizaria atividade no dia seguinte.
O voo do presidenciável partiu do
Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, às 9h21 rumo à Base Aérea de
Santos. De acordo com bombeiros, a aeronave caiu às 10h, entre as ruas
Alexandre Herculano e Vahia de Abreu, no bairro Boqueirão, no Canal 3. No
momento do acidente chovia e ventava em Santos, o que obrigou o piloto a
arremeter a aeronave, por motivo de segurança. Na sequência, o comandante
perdeu o contato com a torre de controle e, consequentemente, ocorreu o
acidente fatal.
O Corpo de Bombeiros confirmou
que encontrou a caixa-preta do avião e que os restos mortais dos tripulantes
foram encaminhados ao IML (Instituto Médico-Legal) em São Paulo.
A aeronave Cessna 560XL era
utilizada por Eduardo desde o início da campanha. Era de última geração, com
capacidade para dez passageiros e de 16 metros de comprimento e 5,23 metros de
altura.
O secretário de Segurança Pública
do Estado, Fernando Grella, afirmou que vai demorar ao menos 30 dias para
identificação, por DNA, das vítimas. Grella informou que inquérito civil foi
instaurado pela Polícia Civil para apurar se houve homicídio culposo (quando
não há intenção).
Gravação da caixa-preta mostrou
que os pilotos estavam tranquilos momentos antes da queda. A informação foi
divulgada pelo Jornal Nacional.
‘Piloto
cometeu ato heroico’, diz bombeiro.
Os arredores da Rua Alexandre
Herculano, que mistura residências e comércios, ganharam ares de campo de
guerra após o acidente com a aeronave que vitimou o candidato à Presidência da
República Eduardo Campos (PSB). Apesar da amplitude da tragédia, o
tenente-coronel do Corpo de Bombeiros da Baixada Santista, Roberto Lago,
destacou que o fato poderia ter sido ainda mais grave. “O piloto cometeu ato
heroico porque, das casas que têm aqui, ele conseguiu atingir uma que estava
abandonada. Uma tragédia muito maior poderia ter acontecido.”
Moradores e comerciantes do
entorno viram o que, até então, só haviam assistido em filmes. “Da janela onde
eu estava, vi tudo de uns 15 metros de distância. Vi uma bola de fogo vindo.
Pensei que fosse asteroide”, contou o comerciante Sérgio Campos da Silva Filho,
42 anos.
Treze residências foram atingidas
pelo impacto da queda, entre elas, o prédio onde mora a estudante Luciana
Tavares, 32. “Cheguei a pensar até que seria um terremoto. No corredor do
prédio tinham alguns destroços com carne humana. Você vê essas coisas nos
filmes e acha que nunca acontecerá com você.”
Ao todo, seis pessoas ficaram
feridas e foram encaminhadas à Santa Casa de Santos. Cinco foram liberadas e
apenas Gabriela Correa Andrade, de 1 ano e 9 meses, permanecia em observação,
após receber seis pontos no braço esquerdo. Ela estava com a mãe, Larissa Pires
Correa Andrade, 34, fazendo aula de natação na academia Mahatma. “O teto pegou
fogo e começou a cair estilhaço de vidros em cima da gente, vindos da parte de
cima, que é da sala de musculação. O barulho que antecedeu parecia um míssil”,
lembrou Larissa, que sofreu cortes no dedo ao proteger a criança.
Para sair do local com a filha,
ela contou com a ajuda da professora de musculação Raquel Silveira Quintela,
34. “Peguei a bebê, estanquei o sangue e ajudei a mãe a sair com ela. Haviam
seis pessoas na piscina. Por conta do frio, muita gente havia faltado à aula de
natação, senão, muitas pessoas teriam se machucado.”
Fonte: Web.
Nenhum comentário:
Postar um comentário