Até abril, o estoque da dívida vinha em trajetória de queda com o
resgate líquidos de papéis.
O coordenador-geral de Operações
da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido, disse que o estoque e
todos os demais indicadores da dívida devem terminar o ano dentro das bandas do
Plano Anual de Financiamento (PAF).
A menor emissão em julho e o
menor volume no mercado secundário ocorreram em função da Copa da Mundo.
"Durante a Copa a gente
observou uma queda no volume negociado de títulos, mas já era previsto",
afirmou.
O técnico ainda afirmou que as
taxas flutuaram em julho, mas que a tendência é de queda. A taxa média
negociada no leilão de 3 de julho, para NTN-B 2018, foi 11,99% ao ano.
No leilão de 21 de agosto, esse
mesmo título foi negociado a 11,80% ao ano.
"Temos visto uma ligeira
tendência de queda", disse.
"O mercado entende que a
possibilidade de aumento de taxas de juros está menor até 2018. Estão prevendo
taxas menores", justificou.
Questionado sobre o impacto das eleições
no mercado de títulos, Garrido afirmou que é difícil dizer qual é o peso de
cada fator.
Ele ressaltou que o estoque da
DPF, em termos de composição, teve vencimento grande de prefixados por ser
"cabeça de trimestre".
Ainda assim, ele ponderou que as
estimativas continuam dentro do PAF e que as expectativas serão alcançadas.
"Todos estão bem próximos
das bandas previstas para o fim do ano, estimativas serão cumpridas",
disse em relação às metas do PAF.
O coordenador-geral do Tesouro
Nacional explicou também que os investidores não residentes aumentaram sua
participação na dívida pública brasileira.
Segundo ele, os R$ 385 bilhões na
carteira de não residentes é o maior volume já registrado pelo Tesouro Nacional.
Garrido disse ainda que a participação de 18,5% em relação ao total de
detentores da dívida pública é a maior para investidores estrangeiros.
Tesouro
Direto.
Garrido relatou também que em
julho de 2014 teve aumento de 6.333 novos investidores no Tesouro Direto e que
esse foi o segundo maior número da série, desde 2002, quando foi lançado o
programa. O único mês superior a esse valor foi janeiro de 2012.
"Isso é consequência da
atratividade do programa, do bom momento para compra de títulos públicos em
função das elevadas taxas de rentabilidade para o investidor", avaliou
Garrido.
Tivemos também volume expressivo de compras.
De janeiro a julho foram emitidos mais de R$ 3 bilhões no Tesouro
Direto.
Garrido, afirmou que o órgão tem
identificado grande interesse por título de médio e longo prazo, tanto no
Tesouro Direto quanto nos leilões. "Os investidores acreditam que é mais
vantajoso comprar título mais longo", disse.
Ele ponderou, no entanto, que o
Tesouro tem uma política de estimular a liquidez no mercado secundário e por
isso não lança títulos mais longos do que tem emitido atualmente.
"Aquele investidor que
compraria o título de 20 anos deixaria de comprar o de 10 anos. Seria um volume
tão inexpressivo e o Tesouro prefere concentrar em uma maturação só",
observou garrido.
Ainda segundo ele, os prazos de 7
e 10 anos de prefixados são os pontos de referência de médio e longo prazo para
o Tesouro Nacional.
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