domingo, 10 de agosto de 2014

BRASIL, COTIDIANO DA CORRUPÇÃO

 NACIONAL
DA PETROBRAS

COSTA CONTROLAVA ATÉ 1.832 CONTAS

Mais de 90% das contas correntes que eram geridas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras eram do BB

Brasília O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que foi preso na Operação Lava-Jato da Polícia Federal e é um dos principais alvos das CPIs da Petrobras, controlava 1.832 contas bancárias da companhia, segundo documento do Banco Central obtido pelo jornal O Globo. O dado revela o poder de Costa, que ficou no cargo de maio de 2004 a abril de 2012. De acordo com o documento, contas da companhia continuaram vinculadas a ele mesmo após sua exoneração do cargo. Em algumas contas, ele aparece até hoje no BC como responsável. A Petrobras disse que o estatuto prevê a representação da empresa pelos diretores, e que os bancos informaram à estatal que Costa não constaria mais nos registros bancários.

Mais de 90% das contas correntes que eram geridas por Costa são do Banco do Brasil (BB). São 1.726 registros no maior banco público do País. Centenas delas só tiveram o vínculo retirado no sistema do BC no dia da deflagração da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, em 17 de março deste ano.

Costa foi preso três dias depois, pela suspeita de que tentava destruir provas. A PF identificou depósitos de empresas fornecedoras da Petrobras, principalmente com contratos para a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, para empresas controladas pelo ex-diretor ou pelo doleiro Alberto Yousseff. Costa foi também presidente do conselho de administração da refinaria.

O levantamento indica que algumas contas da Petrobras continuam até hoje nos dados do Banco Central tendo Costa como responsável representante ou procurador. Isso ocorre nos bancos Bradesco, Itaú e Santander. Centenas de outras contas, a maioria do Banco do Brasil, só foram desvinculadas de Costa em 2013, mais de um ano depois da saída dele da Diretoria de Abastecimento. Além dos bancos citados, Costa aparece como administrador nos registros de Sudameris e Real, que foram incorporados depois por Santander, BTG Pactual e Votorantim.

O documento do BC não informa o volume de recursos movimentado por Costa nem a data das movimentações. A listagem serviu como base para a quebra de sigilo bancário. No caso da CPI Mista da Petrobras, o pedido foi de quebra de sigilo das contas operadas por ele desde 2005.

A Petrobras afirmou, em nota, que o estatuto da empresa estabelece que dois diretores, em conjunto, têm poderes para representá-la. Disse ter recebido informações dos bancos mencionados de que Costa não figura mais como representante desde sua saída da empresa, em 2012.

Empresas sabiam

A contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Bonfim da Silva Poza, revelou em depoimento à Polícia Federal detalhes sobre pagamentos por serviços de consultoria de firmas do doleiro feitos por empresas que, segundo ela, sabiam que estavam contratando uma fraude.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Meire citou o caso da Mendes Júnior, integrante de um consórcio que fez obras na refinaria da Petrobras em Paulínia (SP), pelas quais recebeu mais de R$ 1 bilhão. As empresas Mendes Júnior, OAS, Galvão e Unipar afirmam desconhecer o depoimento. A Sanko diz que a contadora não é testemunha e que os serviços de Youssef foram prestados.
Fonte: Agência Brasil.


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