terça-feira, 12 de agosto de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 'TERÇA-FEIRA' 12 DE AGOSTO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

O CAOS NA SAÚDE.

Nobres:
O Brasil passa por diversificadas crises que se inicia pela questão política ensaiada nas ações corruptas no que refletem nos setores básicos da população: ausência na saúde, segurança, educação, mobilização e infraestrutura, entre desleixes se acentua na grande preocupação da população brasileira é a saúde. As analises não mostram exatamente o que a população entende por saúde, mas é de se imaginar que estejam pensando em assistência médica e assistência médica para todos e de boa qualidade. Neste caso haveria a necessidade de discutir com a sociedade preocupada qual a prioridade nos gastos que gostaríamos de dar frente a um orçamento sabidamente limitado e é aí que o assunto complica. Nós teríamos que escolher, por exemplo, entre uma medicina básica para todos os cidadãos brasileiros, tipo Canadá, ou custear uma medicina mais sofisticada e cara, com exames de última geração e procedimentos complexos, mas que pelos custos se destinariam a cobrir despesas de alguns. Na segunda hipótese, teríamos que aceitar como inevitável que pacientes morreriam por falta de tratamento básico destinado a curar 90% dos enfermos, se quiséssemos continuar a ser o país com o maior número de aparelhos de tomografia do mundo, ou aceitar que muitas cefaleias não seriam triadas por ressonância magnética, no caso de se optar por priorizar um atendimento básico e, assim agindo, correr o risco de deixar passar um tumor cerebral sem o devido diagnosticado. Não há mágica possível, atendimento médico pode ser barato como um exame de glicose pago pelo SUS, menos de R$ 2, ou caro como um transplante. A questão é que não há recursos para cobrir todos os gastos possíveis, mesmo que dobrássemos o orçamento. Priorizar gastos é fazer política de saúde e priorizar com base em algo racional e defensável cientificamente é uma necessidade em um país com nossas características epidemiológicas e econômicas. Cabe às autoridades constituídas convocar a sociedade para este debate aberto e direto sobre que modelo de assistência médica queremos implantar aqui, caso contrário vamos continuar eternamente a nos queixar de filas para consultas e longa espera por cirurgias que não têm um apelo maior de mercado convivendo com pacientes e hospitais afortunados que consomem milhões. Não priorizar é fazer de conta que todos estão tendo o melhor possível, mas na realidade é gastar muito sem obter o melhor resultado possível. Nos conclusos é de “sabedoria pública que o sistema de saúde pública é efetivamente uma lástima”. É o que o cotidiano diz.

Antônio Scarcela Jorge.

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