quarta-feira, 6 de agosto de 2014

'MARECHAIS" DA REGIÃO

O CORONEL DOS CORONÉIS

 Antonio Roberto Mendes Martins.

                        


                    Toda a história de Nova Russas, a partir de sua emancipação política era contada e recontada para nós por Dona Zilmar Mendes Martins. Instada a escrever um livro sobre tudo que vira e conhecera, não o fez. O motivo era a preocupação de poder provocar constrangimentos aos familiares dos antigos protagonistas do nosso passado.


                        Muitos fatos acontecidos foram assimilados pelos descendentes dos primeiros novarussenses, outros como este, até se tornaram folclóricos.

                        Fins da terceira década do século XX. A política da época era liderada por Artur Pereira de Sousa no Partido Conservador e por Gregório Euclides Martins pelo partido Democrata. Dentre os “Gregoristas” estava José Ribamar Mendes, maranhense de origem. Farmacêutico, intelectual irreverente e atuante. Artur Pereira, natural da Lagoa de Santo Antônio, chefe de enorme família era o herdeiro político do Coronel Antônio Rodrigues Veras. No comando do Município era homem afeito as práticas políticas da época. Torna-sé-ia um dos homens mais presentes na história de Nova Russas.
                        
                                   Servida pela estrada de ferro, chegava até aqui o Jornal da Capital do Estado. José Ribamar “carregou” contra a administração em artigo polêmico. - Artur Pereira sentindo-se ofendido, não se fez de rogado, colocou o jornal e um copo d’água sobre a mesa e mandou a “policia” buscar o Ribamar, para “comer o jornal com um copo d’água

                        Enquanto a “policia”, que aboletada era chamada para a função, alguém correu e avisou: “corre seu Ribamar”. Incontinente, ele pulou o balcão, abandonou a farmácia aberta e ganhou o mundo. Perdeu-se no mato. Durante a noite, divisou  a luz de uma lamparina. O dono da casa o reconheceu, deu-lhe guarida e a seu pedido, foi ao raiar do dia, deixá-lo na cidade de Ipueiras.

                        Lá chegando foi ter com Otacílio Mota, portentoso de toda a  região. Contou-lhe o sucedido, pedindo-lhe a interferência e proteção para ele e a filharada, órfã de mãe.
                        
                            Otacílio acatou o pedido e entregou ao Ribamar um bilhete para Artur Pereira. Este chegou à Nova Russas no trem, dirigiu-se à casa de Artur Pereira e entregou-lhe o bilhete. Não houve nem mais nem menos. Ribamar foi para casa incólume.
                        
                                 No trem ele tinha lido o conteúdo do bilhete: “Artur Pereira o que acontecer com o Ribamar aí em Nova- Russas, o responsável é você”.

*Antônio Roberto Mendes Martins
- Mestre em Física – Professor Universitário (UFC) novarrussense – residente em Nova-Russas.

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