Brasília - O governo federal deve
elevar o preço da gasolina nas refinarias entre 5,5 e 6 por
cento neste ano após as eleições de outubro, afirmou à Reuters nesta
segunda-feira uma fonte do governo próxima ao núcleo do Executivo.
O cálculo do reajuste ainda é
preliminar e servirá para dar algum alívio aos preços para a Petrobras, segundo
a fonte. A estatal vem trabalhando com preços defasados se comparados com o
mercado internacional, o que causa prejuízos na sua área de abastecimento.
A decisão pelo aumento agora leva
em conta o arrefecimento que a inflação deve dar neste segundo semestre, a
necessidade de fortalecer o caixa da companhia e a regra de elevação anual do
preço dos combustíveis. Na semana passada, em entrevista à Reuters, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, já havia indicado que os preços da gasolina seriam
elevados em 2014.
A última vez que houve reajuste
nos preços da gasolina foi em novembro do ano passado, quando a Petrobras
anunciou aumento médio de 4 por cento da gasolina e de 8 por cento no diesel
nas refinarias.
Na época, especialistas
calcularam que a alta da gasolina ao consumidor final seria de cerca de 3 por
cento.
"O aumento (deste ano) vai
dar um colchão à Petrobras que, na eventualidade de disparada do preço do
barril lá fora, não precisará fazer movimentos bruscos de preços no mercado
interno. Da mesma forma que não precisará lidar com distorções de preços caso
haja movimento de baixa da cotação internacional", disse a fonte.
Em julho, o preço da gasolina
vendida pela Petrobras no Brasil ficou 14 por cento, em média, abaixo dos
valores internacionais, segundo levantamento da GO Associados.
PRIMÁRIO
A fonte, que falou sob condição
de anonimato, também informou que o governo "já sabe" que não
cumprirá a meta de superávit primário neste ano, de 99 bilhões de reais,
equivalente a 1,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), devido ao menor
crescimento da arrecadação, abalada pela fraca atividade econômica.
"A revisão da meta está na
pauta do governo. O governo já sabe que não vai atingir a meta de superávit
(neste ano)", disse, acrescentando que a avaliação já leva em consideração
as receitas extraordinárias com o refinanciamento de dívida tributária (Refis),
de 18 bilhões de reais, e 8 bilhões de reais com o leilão de licenças 700 MHz
para telefonia móvel celular de quarta geração.
"O problema é o baixo
crescimento da arrecadação e as desonerações elevadas", acrescentou.
Também à Reuters, na semana
passada, Mantega deixou em aberto a possibilidade de nova redução na meta de
primário para 2014.
Neste ano, até junho, o superávit
primário estava em 1,36 por cento do PIB em 12 meses. Em 2013, apesar de o
governo ter reajustado a meta de primário, não conseguiu chegar ao objetivo.
A economia para pagamento de
juros do setor público consolidado ficou em 1,9 por cento do PIB, pior
resultado histórico e aquém dos 2,3 por cento do PIB que era a meta.
Fonte: Reuters.
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