segunda-feira, 4 de agosto de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 'SEGUNDA-FEIRA', 4 DE AGOSTO DE 2014

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

VOTO DA EXPERIÊNCIA.

Nobres
Senhores; com todo respeito:

Sempre o cotidiano do brasileiro é regrado “pela má notícia” anunciada pelo TSE é que o eleitorado brasileiro envelheceu. Pois então vamos lhe provar que, se infelizmente envelheceu, Na frieza dos números e perfis dos eleitores brasileiros, segundo divulgação da corte superior eleitoral do país, pode-se perceber o crescimento de uma parcela apta a votar geralmente relegada, pelo descompromisso, ao esquecimento das urnas. Pois são exatos 10.824.810 os que atingiram ou superaram os 70 anos de idade. Então, basta aos vovôs saudosos da velha cédula com o nome do candidato não se assustarem com a maquininha eletrônica para provar, nas urnas, que é, no mínimo cívica, pois dela o país continua carente. Para o eleitor dos 70 anos em diante, é chegada a hora de degustar o merecido alívio da desobrigação.  Tanto mais se for minimamente politizado, pois é desanimador constatar que o cumprimento de um dever legal imposto desde os dezoito anos, se não o fez conivente com os desmandos da política e dos maus políticos, naturalmente desestimulou para mudar o quadro indesejável. Entretanto, o sabor da desobrigação do voto bem que pode ser trocado pelo da liberdade para votar, que também tem gosto. Gosto de ser útil, sabor especial de poder influir. Percebam que o resultado da obrigação que se extinguiu  não é necessariamente o direito de não votar, mas também o de votar sem imposição. É um sopro de liberdade, e só ela desperta os sabores daqueles saberes que  o velho eleitor adquiriu pela experiência de venturas e desventuras de tantos votos por obrigação. Omitir-se pela decepção significa renúncia à liberdade conquistada e desperdício da experiência acumulada. Isso é tão inútil e ineficaz como o voto em branco ou a sua anulação. Aliás, sequer você terá o direito de ser ranzinza, e disso velho que se preza, não abre mãos, falando mal dos políticos, pois haveremos de concordar que quem se omite perde a razão para reclamar e provar que o voto da terceira idade é por demais sábio e consciente, felizmente não se iludir.

Antônio Scarcela Jorge.

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