AÇÃO QUER FIM DO POLÍTICO PROFISSIONAL.
O movimento
é para impedir as reeleições, em razão de alguns políticos buscarem a
perpetuação no cargo.
O jurista e presidente do
Instituto Avante Brasil, Luiz Flávio Gomes, vai lançar nesta sexta-feira uma
petição online para coletar assinaturas com o objetivo de forçar o Congresso
Nacional a aprovar um projeto de Lei de iniciativa popular que estabeleça
regras para futuros pleitos extinguindo a figura do político profissional. Na
avaliação dele, o aproveitamento de cargos eletivos como profissão amplia o
espaço para a prática da corrupção pública e o fim das seguidas reeleições é o
principal passo para a solução deste problema.
"Já existe uma petição, mas
ela não foi de nossa iniciativa e está parada. Por isso, nós vamos lançar a
partir de primeiro de agosto uma nova petição. Todo mundo pode assinar. Basta
acessar o site fimdopoliticoprofissional.Com.Br. É só colocar a assinatura para
podermos criar um movimento forte e pressionar os políticos a se auto
limitarem. Não tem outra forma. Temos que fazer isso e a pressão é
válida", esclareceu.
A proposta apresentada pelo
jurista é focada em três eixos. A primeira sugestão presente na petição é
proibir a reeleição para qualquer cargo eletivo. A segunda proposição é impedir
que parentes sejam aproveitados como peças estratégicas que permitam a
continuidade de determinado político no poder. Por último, defende a
destituição do eleito caso seja constatada incompetência.
Doação
Luiz Flávio Gomes ressaltou que,
em toda campanha eleitoral, os candidatos assumem compromissos com as empresas
responsáveis pelo financiamento das atividades durante o pleito e gastam todo o
mandato apenas preocupados em honrar acordos com as instituições privadas que
serão fundamentais à reeleição.
"As campanhas políticas são
financiadas por pessoas que depois cobram toda a doação dada. Então, a doação
vira investimento e o político se compromete com quem financiou a campanha.
Esse é o problema".
Então, prossegue: "nós temos
renovar continuamente os cargos eletivos e manter uma estrutura burocrática
eficiente", apontou ao acrescentar que a profissionalização provoca o
enraizamento com as práticas de corrupção, nepotismo e clientelismo tão comuns
hoje.
Profissão
Em matéria publicada nesta
semana, o Diário do Nordeste revelou que, dos 35 parlamentares que tentarão
reeleição para assumir por mais quatro anos o cargo de deputado na Assembleia
Legislativa do Ceará, quase a metade disse ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE)
que tem como ocupação o cargo de deputado. Para Luiz Flávio Gomes, o balanço
registrado no Ceará reflete uma realidade presente em todo o Brasil. "Na
verdade, os políticos estão tão acostumados com essa história de que eles se
profissionalizaram na política que colocam naturalmente como profissão. Isso é
uma aberração. Não deveria existir. Legalmente, eles não estão impedidos de
falarem isso e nem terão registros de candidatura negados por causa disso.
Porém, é exatamente isso que nós não queremos mais. Não pode o político tratar
isso como uma profissão", reclamou.
"Nós gostamos dos bons
profissionais, mas queremos que eles sejam bons profissionais por um mandato.
Tem gente no Brasil que já se chegou a fazer 60 anos de política. Isso é um
absurdo", disparou.
Luiz Flávio Gomes citou que a
importância dada pelos brasileiros aos títulos e honrarias acaba refletindo na
persistência do político profissional. "No Império, quando não havia
título, o brasileiro comprava o título de nobre. Quando alguém se torna
deputado, ele vai ser chamado de deputado pelo resto da vida. É uma reverência
social que existe na nossa tradição. É isso que precisa acabar. Se você foi
deputado por um período e cumpriu seu dever, ótimo. Seu nome vai ficar escrito
como um bom político, mas acabou. Volte a exercer sua profissão. Porque
vínculos públicos perpétuos geram muita corrupção", frisou.
O sistema eleitoral é incapaz de
impedir que políticos se perpetuem em cargos eletivos, porque grande parte da
sociedade ainda depende das práticas clientelistas. "A população reelege o
político, inclusive, o corrupto, porque nós temos uma grande quantidade de
gente que só tem o prato de comida do dia. Ele não tem absolutamente nada mais,
o que o torna dependente desse clientelismo. A outra parcela da população
também é degenerada tanto quanto os políticos degenerados. Ou seja, a corrupção
está em todos os níveis", justificou.
Fonte: Web.
Seria bom que também não precisasse de filiação partidária.
ResponderExcluir