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^A MESMA RETÓRICA SOB SEU COMANDO |
PRAGMATISMO DOMINA BUSCA DE ALIANÇAS NA DISPUTA PELO COMANDO DA CÂMARA.
Com o objetivo de garantir assento na Mesa Diretora da Casa a partir de fevereiro, quando haverá nova eleição, legendas têm negociado apoio a adversários.

A eleição para presidente da Câmara está marcada para
2 de fevereiro e estão em jogo, ao todo, 11 cargos no comando da Casa.
Os cargos deverão ser ocupados pelos próximos dois
anos e a função dos deputados indicados é tocar o dia a dia da Câmara política
e administrativamente.
Opositor ao governo Michel Temer e ministro das
Comunicações na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, André Figueiredo
(PDT-CE), por exemplo, é pré-candidato e ainda tenta convencer PT e PCdoB, também
da oposição, a apoiá-lo.
Parte das bancadas, porém, estuda apoiar a possível
candidatura à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do Palácio do Planalto
e que votou a favor do impeachment de Dilma no ano passado.
A articulação já gerou críticas de aliados do PT.
Ministro da Integração Nacional no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, Ciro Gomes (PDT-CE), que "não quer acreditar" que o PT apoiará
Rodrigo Maia:
Sendo verdade, perderam completamente a noção de país,
de nação e de interesse público. Trocar o restinho de respeitabilidade por um
carguinho e suas mordomias seria nada menos do que traição.
Na mesma linha, o próprio André Figueiredo chegou a
dizer que, para ele, é uma grande contradição, partidos que fazem oposição ao
Palácio do Planalto apoiar um aliado de Michel Temer.
Para o novo líder do PT na Câmara, Carlos Zaratini
(SP), contudo, as conversas da legenda com Rodrigo Maia não significam
precisamente um "problema".
Ele ressaltou que o PT já teve presidentes da Câmara
que receberam votos de siglas adversárias.
Na avaliação do deputado, é "importante" o
PT garantir espaço na nova Mesa Diretora, até mesmo para ter mais força como
oposição a Temer.

Nesta semana, Zaratini esteve no ato de lançamento da
candidatura de Jovahir Arantes (PTB-GO) à presidência da Câmara.
Jovahir foi o relator do impeachment de Dilma na
Câmara e recomendou o prosseguimento do processo por considerar que ela havia
cometido crime de responsabilidade.
No caso do PCdoB, o partido também estuda apoiar a
possível candidatura de Rodrigo Maia.
A decisão, contudo, só deverá ser tomada no próximo
dia 17 (assim como no caso do PT).
O líder do partido, Daniel Almeida (BA), disse que
Maia é o candidato com maior chance de harmonizar a Casa.
(HARMONIZAR ! - $$$$)
Ele afirmou, ainda, que vai buscar formar aliança com
siglas que tenham tamanhos semelhantes de bancada, independentemente da posição
política. Os blocos podem ser desfeitos após a eleição.
Também oposição ao governo de Michel Temer, o PSOL,
que não integrava a base de Dilma, mas votou contra o impeachment, critica a
aproximação de legendas com ideologias distintas em troca de apoio mútuo,
segundo o líder, Ivan Valente (SP).
Eu sou contrário a esse tipo de aliança. Acho que os
partidos, particularmente o PT, que era do governo, e também outros que
apoiavam a Dilma Rousseff, o que não era o nosso caso, ao apoiarem a
candidatura de quem ajudou a fazer essa ruptura institucional impeachment, me
parece que confunde bastante não só a sociedade civil, mas a sua própria
militância.
Acho que não vale a pena, em nome de cargos, de pequenos
espaços, perder a identidade, afirmou.
Para Ivan Valente, este é o momento de os partidos de
oposição, como o PT, reafirmar o posicionamento deles contra o governo Temer e
às legendas que o sustentam no Congresso.
Centrão.
Composto por partidos conservadores de centro-direita
que apóiam o governo Temer, o Centrão também está dividido, isso porque há,
pelo menos, dois deputados do bloco interessados em assumir a presidência da
Câmara: Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO).
Parte das siglas do Centrão, porém, já articula nos
bastidores não apoiar nenhum dos dois e, em busca de cargos na Mesa Diretora,
negocia com outros deputados.
O PR, por exemplo, decidiu apoiar Rodrigo Maia,
segundo afirmou o líder do partido, Ailton Freitas (MG). "Não tem jeito de
fazer omeletes sem quebrar ovos", disse o deputado, ao justificar a
decisão de não apoiar um integrante do Centrão.
Oficialmente, Maia ainda não se disse candidato, mas
já iniciou uma espécie de campanha informal e declarou que "caminha"
para disputar a reeleição.
Fonte: G1 – DF.
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