SEM SE DECLARAR CANDIDATO À REELEIÇÃO, MAIA INICIA CAMPANHA INFORMAL.
Atual presidente da Câmara articula nos bastidores e busca apoio de partidos para ser reconduzido ao cargo; eleição está marcada para o dia 2 de fevereiro.
Apesar de não declarar abertamente que será candidato
à reeleição ao cargo de presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ)
iniciou uma espécie de campanha informal nos bastidores para não ficar atrás
dos concorrentes na busca por votos.
Quando se dirige às câmeras e gravadores da imprensa,
Maia ainda se limita à afirmação “se eu decidir ser candidato”. Longe dos
microfones, porém, está conversando com partidos e procurando deputados.
Em entrevista concedida nesta semana, o parlamentar do
DEM manteve a posição de não se declarar candidato, mas admitiu que está
conversando sobre o assunto com partidos.
“A gente precisa pensar com os partidos que nós
estamos conversando se essa é uma decisão que vai ser tomada e em que momento.
Se eu e o meu entorno entenderem que é o caminho correto, a gente vai disputar
a eleição para ganhar ou para perder”, disse nesta segunda-feira (2).
Segundo o deputado Vicente Cândido (PT-SP), que é
próximo do presidente da Câmara e acompanha as negociações, Maia tem monitorado
os pré-candidatos e tem interesse em buscar apoio de pelo menos um deles.
“A vontade do Maia é fazer um acordo com o Jovair
Arantes (PTB-GO). Ele não quer confronto”, disse Vicente Cândido. Para ele,
Maia sairia ainda mais fortalecido se Jovair retirasse a candidatura e o
apoiasse.
Nesta terça-feira (3), porém, Jovair Arantes afirmou a
jornalistas que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso Maia seja
reeleito para o cargo.
De acordo com aliados, o presidente da Câmara fez uma
rodada de conversas com presidentes de partidos, líderes de bancadas e também
iniciou conversas individuais com deputados.
Maia ainda estuda pareceres jurídicos que sustentam
sua recondução. Opositores à candidatura afirmam que as regras da Câmara não permitem
a reeleição do presidente da Casa dentro de uma mesma legislatura.
O argumento de Maia é que ele pode se candidatar por
exercer atualmente um "mandato-tampão”, já que foi eleito para concluir o
mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à presidência da Casa em
julho. Cunha tinha mandato até fevereiro deste ano.
A eleição na Câmara está marcada para o dia 2 de
fevereiro. Segundo um colega de partido de Maia, o anúncio oficial da
candidatura do parlamentar do DEM deve ficar para o fim do mês, na reta final
da campanha.
O período de recesso em Brasília é um fator que pode
favorecer Maia. Como a eleição acontecerá no primeiro dia de retorno dos
trabalhos na Câmara, não haverá tempo para a Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) decidir, antes do resultado, sobre um questionamento de Rogério Rosso
(PSD-DF) que poderia afetar a candidatura de Maia. Rosso é pré-candidato à
presidência.
Outro pré-candidato, o deputado André Figueiredo
(PDT-CE) informou na última semana que entrou no STF com um pedido para que o
Maia seja impedido de concorrer à reeleição.
Como o tribunal também está em recesso até fevereiro,
caberá à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, responsável pelo plantão
judicial, decidir sobre o pedido de liminar (decisão provisória).
Fonte: G1 – DF.
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