OPERAÇÃO LAVA JATO.
CÁRMEN LÚCIA HOMOLOGA AS DELAÇÕES DE 77 EXECUTIVOS DA ODEBRECHT.
Material agora será encaminhado para a Procuradoria-Geral da República, que vai decidir sobre quais pontos irá pedir investigações.
A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen
Lúcia, homologou as 77 delações de executivos e ex-executivos da construtora
Odebrecht. Agora, o material será encaminhado para a Procuradoria-Geral da
Républica, que vai analisar os documentos para decidir sobre quais pontos irá
pedir investigação.
Na sexta-feira (27), juízes auxiliares do gabinete do
ministro Teori Zavascki concluíram as audiências com os 77 executivos e
ex-executivos da Odebrecht que fecharam acordo no âmbito da Operação Lava Jato.
A homologação dá validade jurídica às delações.
Teori era relator da operação no tribunal. Com a morte
do ministro, em um acidente de avião no último dia 19, a presidente do STF
autorizou que os juízes auxiliares concluíssem os trabalhos.
Nas audiências com os executivos e ex-executivos da
Odebrecht, os juízes perguntaram aos delatores se as informações foram
prestadas nos depoimentos de livre e espontânea vontade, sem coação por parte
dos investigadores.
Um dos últimos delatores ouvidos no trabalho de
checagem das delações foi o ex-presidente e principal herdeiro do grupo,
Marcelo Odebrecht, que participou da audiência no presídio onde está, em
Curitiba (PR) .
Escolha do novo relator
Outra decisão importante que deve ser tomada por
Cármen Lúcia nos próximos dias é sobre a escolha do novo relator da Lava Jato
no tribunal. Os processos da operação envolvem dezenas de políticos, lobistas e
empresários investigados no esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
Teori concentrava a supervisão das investigações,
tocadas por Ministério Público e Polícia Federal. A importância do novo
relator, bem como o critério pelo qual será designado, se relaciona à sua
responsabilidade no curso dos inquéritos e ações penais contra os
parlamentares.
A expectativa é de que a decisão sobre quem será o
novo relator da Lava Jato ocorra nesta semana, quando o STF volta do recesso. Uma das possibilidades mais consideradas ultimamente é
o sorteio entre os outros atuais ministros da Corte.
Segundo o Regimento do STF, caberia à presidente do
STF determinar a redistribuição “em caráter excepcional”, sem especificar em
que situações concretas isso ocorrerá.
Mesmo nessa hipótese, abrem-se pelo menos duas possibilidades
no STF, dependendo de quem poderá participar do sorteio: se os cinco ministros
da Segunda Turma (à qual pertencia Teori e onde são analisados os processos da
Lava Jato) ou todos os 10 ministros que compõem o plenário apto a relatar o
caso (como presidente, Cármen Lúcia fica fora de qualquer relatoria).
Integra a Segunda Turma os ministros Gilmar Mendes,
Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.
Fonte: G1 – DF.
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