quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 12 DE JANEIRO DE 2017

SCARCELA JORGE








COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

INCOERÊNCIA ABSOLUTA.

Nobres:
Mesmo que seja desnecessário lembrar em função da nossa formação acadêmica na área, por esta razão, nos deixamos pasma a atenção privilegiada das desconcertantes alusões que lhes são estimas principalmente a publicidade por razões mais que óbvias.  Dentre o somatório dos motivos provoca naturalmente a ausência do aprendizado em que se dar pouca importância. Também é admissível que alguém com o espírito bajulador e medíocre se postar contra a nossa modesta imprensa no afã de se sustentar, no que aceitamos, sejam “normais” ente fruto da humanidade dos pseudo-s intectuais que setorialmente fazem o seu “habitar”. Aqui e alhures sempre foi assim. Até, porque numa alusão histórica, Balzac, observador impiedoso do jornalismo francês do século 19, não se conteve: “Se a imprensa não existisse, seria preciso não inventá-la”. A frase costuma ser repetida a cada vez que o mundo da notícia é apontado como causa de todas as desgraças, sinal mais de preguiça intelectual que de espírito de investigação. Um desses momentos é agora, quando a proliferação chegou a níveis alarmantes, tanto na aldeiazinha como nas proporções globais.  O senso comum é de que nunca se leu tanto jornal. Causa e efeito, nunca se falou tanto mal desse ofício, incluindo, no pacote, desejar o seu desaparecimento, sob as bênçãos de Balzac. De modo que é melhor separar os fundilhos das calças, antes que seja tarde e mergulhemos numa onda de autoritarismo. Já são horas de separar em partes essa massa de pão a que chamam mídia. É palavra no plural. Não que haja entre as mídias alguma destituída de falhas, pois é da natureza desse trabalho errar. A questão é que certos veículos erram na busca da verdade e outros erram por desprezá-la, matando no ninho aquilo que dizem amar. As redes sociais se tornaram a pista de esqui não só para os livre-praticantes da notícia como do jornalismo feito pelo baixo clero. Sua única intenção é “causar”, sem cumprir a virtude da profissão a checagem de informações. Sua matéria-prima são os factóides, cujo único benefício é causar a impressão, em quem os repete, de que reconheceu e divulgou um fato extraordinário. Enquanto o reconhecimento coletivo da necessidade do jornalismo profissional não se impõe, o jeito é fazer educação pela pedra, lição de casa, sem corpo mole. Mais do que nunca a sociedade organizada precisa se mobilizar contra a indústria de boatos, pelo simples motivo: é um atentado em série, contra tudo o que há de bom, nobre e justo. É preciso desenvolver defesas contra a grande feira que circula na internet nem sempre de forma legítima. Não se trata de proibir as mídias, mas de perceber que tamanho tem de fato. Se a censura é o pior dos mundos, a informação é o melhor. Não se chega a ela só pelo prazer, mas pelo esforço. Assim como é preciso perícia para ler um romance de 500 páginas e 30 personagens, ou um complexo livro de ensaio, a leitura de notícia exige ciência. Rejeitar a notícia na sua forma mais genuína é se negar a crescer, privando-se do que há de mais humano, o exercício do pensar. A informação não está ali para causar prazer ou para dar asas à suavidade dos sofismas. Acompanhá-la exige esforço e sentido cívico. Procurar fontes confiáveis, mesmo que ideologicamente díspares, é ser cidadão.
Antônio Scarcela Jorge.

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