SCARCELA JORGE |
COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
INCOERÊNCIA ABSOLUTA.
Nobres:
Mesmo que seja desnecessário lembrar em função da nossa
formação acadêmica na área, por esta razão, nos deixamos pasma a atenção
privilegiada das desconcertantes alusões que lhes são estimas principalmente a
publicidade por razões mais que óbvias. Dentre
o somatório dos motivos provoca naturalmente a ausência do aprendizado em que
se dar pouca importância. Também é admissível que alguém com o espírito
bajulador e medíocre se postar contra a nossa modesta imprensa no afã de se
sustentar, no que aceitamos, sejam “normais” ente fruto da humanidade dos
pseudo-s intectuais que setorialmente fazem o seu “habitar”. Aqui e alhures
sempre foi assim. Até, porque numa alusão histórica, Balzac, observador
impiedoso do jornalismo francês do século 19, não se conteve: “Se a imprensa
não existisse, seria preciso não inventá-la”. A frase costuma ser repetida a
cada vez que o mundo da notícia é apontado como causa de todas as desgraças,
sinal mais de preguiça intelectual que de espírito de investigação. Um desses
momentos é agora, quando a proliferação chegou a níveis alarmantes, tanto na
aldeiazinha como nas proporções globais. O senso comum é de que nunca se leu tanto
jornal. Causa e efeito, nunca se falou tanto mal desse ofício, incluindo, no
pacote, desejar o seu desaparecimento, sob as bênçãos de Balzac. De modo que é
melhor separar os fundilhos das calças, antes que seja tarde e mergulhemos numa
onda de autoritarismo. Já são horas de separar em partes essa massa de pão a
que chamam mídia. É palavra no plural. Não que haja entre as mídias alguma
destituída de falhas, pois é da natureza desse trabalho errar. A questão é que
certos veículos erram na busca da verdade e outros erram por desprezá-la,
matando no ninho aquilo que dizem amar. As redes sociais se tornaram a pista de
esqui não só para os livre-praticantes da notícia como do jornalismo feito pelo
baixo clero. Sua única intenção é “causar”, sem cumprir a virtude da profissão a
checagem de informações. Sua matéria-prima são os factóides, cujo único
benefício é causar a impressão, em quem os repete, de que reconheceu e divulgou
um fato extraordinário. Enquanto o reconhecimento coletivo da necessidade do
jornalismo profissional não se impõe, o jeito é fazer educação pela pedra,
lição de casa, sem corpo mole. Mais do que nunca a sociedade organizada precisa
se mobilizar contra a indústria de boatos, pelo simples motivo: é um atentado
em série, contra tudo o que há de bom, nobre e justo. É preciso desenvolver
defesas contra a grande feira que circula na internet nem sempre de forma
legítima. Não se trata de proibir as mídias, mas de perceber que tamanho tem de
fato. Se a censura é o pior dos mundos, a informação é o melhor. Não se chega a
ela só pelo prazer, mas pelo esforço. Assim como é preciso perícia para ler um
romance de 500 páginas e 30 personagens, ou um complexo livro de ensaio, a
leitura de notícia exige ciência. Rejeitar a notícia na sua forma mais genuína
é se negar a crescer, privando-se do que há de mais humano, o exercício do
pensar. A informação não está ali para causar prazer ou para dar asas à
suavidade dos sofismas. Acompanhá-la exige esforço e sentido cívico. Procurar
fontes confiáveis, mesmo que ideologicamente díspares, é ser cidadão.
Antônio
Scarcela Jorge.
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