DONALD TRUMP TOMA POSSE COMO 45º PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS.
O povo vai governar esta nação novamente, prometeu.
Na presença de quatro ex-presidentes - um deles de seu
partido - discurso repetiu tom agressivo da campanha, com críticas aos
políticos. Posse foi assistida por milhares de apoiadores, mas capital americana
também teve protestos.
Donald John Trump, 70, tomou posse nesta sexta-feira
(20) como o 45º presidente dos Estados Unidos, sucedendo Barack Obama com
discurso nacionalista e crítico à classe política, no mesmo tom que marcou sua
campanha eleitoral.
Ele prestou juramento diante do Capitólio, em
Washington, e discursou em seguida. Na presença de quatro de seus antecessores
-- um deles republicano -- Trump disse que a cerimônia tinha um significado
especial porque está transferindo o poder de Washington e o levando de volta ao
povo. Por muito tempo, um grupo pequeno na capital dominou as decisões e o
poder, e a população não foi beneficiada, afirmou. "O povo vai governar
esta nação novamente", prometeu.
O presidente enfatizou sua visão de colocar os
interesses de seu país como prioridade: "Buscamos amizade e boa vontade
com as nações do mundo, mas o fazemos com o entendimento de que é direito das
nações botar seus interesses em 1º lugar. Não procuramos impor nosso modo de
vida a ninguém, mas o deixamos brilhar como um exemplo. Nós brilharemos para
todos seguirem". Logo após discursar, ele assinou uma ordem criando o
"Dia Nacional do Patriotismo"
Após vencer Hillary Clinton na eleição, apesar de
obter menos votos, graças ao sistema de Colégio eleitoral, Trump assume o cargo
com uma taxa de popularidade de apenas 40%, a menor de um novo presidente em
décadas.
Trump disse que as vitórias dos poderosos no passado
não foram as vitórias do povo. "Havia pouco para ser celebrado pelas
famílias pelo nosso país. Isso tudo muda, começando aqui e agora. Porque este
momento é o momento de vocês, pertence a vocês", discursou.
"O que realmente importa não é que partido
controla o governo, mas se o governo é controlado pelo povo", diz Trump.
"Os homens e mulheres esquecidos de nosso país não serão mais esquecidos.
Todos estão ouvindo vocês agora".
O novo presidente afirmou que os EUA defenderam as
fronteiras de outros países com seus militares, e se recusou a proteger as suas
próprias, além de terem gasto bilhões de dólares no exterior, enquanto havia
muitos problemas internos.
Voltou também a falar sobre as fábricas que fecharam
no país, sem pensar nos milhões de trabalhadores americanos que foram deixados
para trás.
Em partes da fala, o novo presidente assumia um tom de
campanha, dizendo que gerará empregos, construirá estradas e viadutos.
"Quando a América está unida, nada pode pará-la!", defendeu. Para
encerrar, Trump repetiu o slogan de sua campanha.
Trump foi eleito em 8 de novembro de 2016, quando
conquistou a maioria do colégio eleitoral, embora sua adversária, a democrata
Hillary Clinton, tenha tido mais votos populares. O resultado final contrariou
pesquisas, surpreendeu analistas e a imprensa norte-americana, que até o começo
da apuração dava como praticamente certa a vitória de Hillary.
"Estou aqui hoje para honrar nossas democracia e
nossos valores duradouros. Nunca deixarei de acreditar no nosso país e seu
futuro", disse Hillary por meio do Twitter, momentos antes de seu rival
assumir.
Polêmico
Com um discurso direto e muitas vezes agressivo, Trump
foi um dos mais polêmicos candidatos à Casa Branca e se envolveu em discussões
com diversos grupos e indivíduos ao longo de quase um ano de campanha. Ainda
assim, derrotou outros 14 pré-candidatos de seu partido na disputa pela vaga
para concorrer à presidência.
Votado por 47,01% dos eleitores, Donald Trump terá que
encarar a divisão e uma enorme desconfiança – da população desde o início de
seu mandato. Segundo levantamento da CNN, ele assume o cargo com uma taxa de
popularidade de apenas 40%, menos do que a metade da de seu antecessor, Barack
Obama, que se tornou presidente com um índice de 84%.
Além disso, ele também é menos popular do que George
W. Bush e Bill Clinton, segundo a mesma pesquisa.
Seguindo o tom da época de campanha, Trump desdenhou
desses números dias antes da posse, expressando-se através de seu perfil no
Twitter: "As mesmas pessoas que fizeram as falsas pesquisas eleitorais, e
estavam tão erradas, estão agora fazendo pesquisas de taxa de aprovação. Eles
estão sendo parciais como antes", reclamou.
Dia de posse
Antes de tomar posse, Trump começou a sexta-feira
participando de uma cerimônia religiosa em uma igreja em frente à Casa Branca.
Depois foi com sua esposa, Melania, para se reunir com Barack e Michelle Obama
na Casa Branca antes de todos partirem ao Capitólio para a cerimônia de posse
do magnata.
Os dois casais se dirigiram ao tradicional chá com
seus vice-presidentes e líderes do Congresso. Antes disso, um presente da nova
primeira-dama gerou comoção. Após um abraço, Sob os olhares de todos, Michelle pareceu perplexa,
sem saber onde colocar o presente surpresa, enquanto os quatro posavam para uma
fotografia.
Nenhum dos fuzileiros que estavam de pé ao lado deles foi
autorizado pelo protocolo a quebrar sua saudação para segurar a caixa, e o
problema só foi resolvido quando Obama entrou na Casa Branca para deixar o misterioso
presente.
Protestos
Enquanto tudo ocorria dentro do previsto na
formalidade de posse, manifestantes vestidos de preto quebraram vidros de lojas
e janelas de carros durante uma marcha de protesto contra a posse de Trump, em
Washington. Uma filial da rede Starbucks, uma do McCafe e uma agência do Bank
of America foram vandalizadas alvo dos manifestantes, segundo testemunhas.
Houve correria e a polícia utilizou spray de pimenta para dispersar o grupo.
Fonte: Reuters.
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