EIKE EMBARCA EM NY DE VOLTA AO RIO; 'HORA DE AJUDAR A PASSAR AS COISAS A LIMPO', DIZ.
Empresário é considerado foragido após ter prisão decretada pela Justiça brasileira. Advogados negociaram retorno.
O empresário Eike Batista, considerado foragido após
ter viajado a Nova York dias antes da operação policial para tentar prendê-lo,
embarcou de volta ao Rio neste domingo (29), onde deve ser detido assim que
chegar.
Antes do embarque, ele disse que 'está à disposição da
Justiça'.
Ele chegou sozinho ao aeroporto JFK, nos EUA, por
volta de 21h50 (horário de Brasília), fez check-in e, minutos depois, passou
pelo controle de passaporte. Às 22h15, já aguardava o vôo dentro da sala de
embarque e pouco depois da meia-noite foi rumo a aeronave.
Dentro da área de embarque, o empresário deu uma breve
entrevista.
Questionado se tem algo a dizer aos brasileiros, ele
declarou que está à disposição da Justiça:
"Estou voltando para responder à Justiça, como é
meu dever". "Está na hora de eu mostrar, ajudar a passar as coisas a
limpo", disse.
"Estou voltando, porque sinceramente vou mostrar
como é que são as coisas, simples assim", reforçou Eike.
Questionado sobre
se mostraria algo que ainda não se sabe, ele evitou o assunto.
"Como eu estou nessa fase, me entregando à
Justiça, melhor não falar nada. Depois a Justiça e o que for permitido falar,
vai acontecer depois, agora não dá", afimou.
O empresário negou que tenha cogitado fugir para a
Alemanha (por conta de também ter cidadania alemã, o que evitaria uma
deportação ao Brasil) e disse que viajou a Nova York a trabalho.
De acordo com a coluna de Lauro Jardim, do "O
Globo", Eike será levado para um presídio comum por não ter ensino
superior.
Segundo a reportagem, os advogados do empresário
tentaram negociar a ida dele para um presídio especial mas não tiveram êxito.
Eike Batista é acusado, pelo Ministério Público
Federal, de corrupção ativa. Segundo os procuradores , em 2011, o empresário
pagou R$ 16 milhões e meio de dólares a Sérgio Cabral, o equivalente a 52
milhões de reais.
Na sexta-feira (27), o Jornal Nacional mostrou imagens
da saída de Eike do país. Nelas, aparece de calça jeans e paletó preto chegando
para embarcar no aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).
Como Eike tem passaporte alemão e o país europeu não
tem acordo de extradição com o Brasil, havia a preocupação de que o empresário
fugisse da Justiça brasileira.
'Boa vontade'
Os investigadores afirmam que o pagamento feito a
Cabral por Eike se deu pela "boa vontade" do então governador do Rio
com os negócios do empresário.
Mas ainda não sabem, ao certo, que vantagens o
empresário recebeu em troca dos milhões.
Fonte: G1 – RJ.
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