segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEGUNDA-FEIRA, 16 DE JANEIRO DE 2017

SCARCELA JORGE








COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

'FATO INCONCEBÍVEL NA CULTURA CORRUPTA DA POLÍTICA BRASILEIRA'
 – A FUSÃO DE PEQUENOS MUNICÍPIOS-.

Nobres:
No momento de intensa crise seria mais racional a fusão dos pequenos municípios que foram criados para dar sustentação financeira e eleitoral a políticos que sempre viveram à custa do erário e se aliam a desgraça financeira de sua aldeia. Sabemos que a febre de emancipação dos municípios foi a causa da expectativa gerada por certos políticos que queriam se mantiver como oligarquias permanente e, centralizar apoio dos políticos nas épocas de eleições, entrando e elegendo as “custas dos bestas” filhos e parentes consangüíneos bem próximos no intuito de fomentar os laços imperialistas. Com a mudança de cenário que a política nos impõe e cansado de esperar a não lograr êxito nas oligarquias; hoje existem provas que não deu certo. Por esta razão, se até mesmo os grandes municípios já sofrem com a crise no setor público, o que dizer dos pequenos, ainda mais vulneráveis? Um estudo realizado por vários tribunais de contas das regiões sul e sudeste do país sugere em comum, que a fusão, assim como na Europa, poderia ser uma saída para pequenos municípios cuja viabilidade financeira é, na melhor das hipóteses, questionável. O relatório cita todas as cidades com cerca de 5 mil habitantes e poderiam se beneficiar desde a Constituição de 1988. Há casos em que o desmembramento se justifica, especialmente no caso de pequenos distritos que abrigavam atividades geradoras de renda, mas nunca recebiam um retorno proporcional por parte da sede. Mas, em muitas outras situações, a criação de um município ocorria por mero interesse politiqueiro, conveniente a líderes políticos locais e a qualquer um que desejasse se pendurar na estrutura administrativa. A mesma população, gerando a mesma quantidade de riqueza, passou a bancar mais algumas dezenas de prefeitos, centenas de vereadores e secretários municipais, milhares de assessores e assim sucessivamente. Some-se a isso nosso federalismo de mentirinha, que concentra em Brasília regulações e recursos. Municípios não podem legislar sobre diversos assuntos que lhe dizem respeito porque é infinita a lista de temas que são de competência federal, impedindo a adoção de soluções inteligentes adequadas à realidade local. E a estrutura tributária nacional concentra os recursos na União, em vez de manter o dinheiro dos tributos nas unidades administrativas mais próximas do cidadão. Como resultado, municípios e estados precisam dos Fundos de Participação (o FPE, para estados, e o FPM, para municípios) e outros repasses para fechar suas contas – quando elas fecham. Uma situação de dependência muito conveniente ao poder central, que além de concentrar os recursos ainda empurra cada vez mais responsabilidades para os municípios. Refazer totalmente o pacto federativo, com mais autonomia para os municípios e a correspondente fatia do bolo fiscal, seria uma grande ajuda para as pequenas cidades; trata-se de algo urgente, embora altamente improvável. Mesmo assim, restaria o problema daqueles municípios que foram criados por mero interesse político, sem a menor preocupação com sua viabilidade econômica e que dificilmente se manteriam em pé sem ajudas ou repasses, prejudicando a população, especialmente a mais pobre, que depende da rede pública de saúde e educação, entre outros serviços. Uma saída é o estabelecimento de consórcios, em que cidades próximas estabelecem parcerias para oferecer de forma unificada serviços em áreas como saúde e coleta de lixo, oferecendo ganhos de escala e proporcionando economia ao setor público. Mas a fusão pura e simples não pode ser descartada e é uma possibilidade que merece estudo sério, por mais que políticos interessados na manutenção de pequenos currais eleitorais tentem torpedear a idéia no nascedouro. Os dados merecem um exame mais atento, e talvez os resultados da experiência italiana, quando houver dados consolidados, também ajudem a apontar o melhor caminho a seguir e encontrar solução definitiva para seriedade política da nação.
Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário