O FANATISMO DOS INTELECTUAIS CORRUPTOS DO LULISMO.
‘Da queda de Eduardo Cunha à denúncia contra Lula’
A cassação do mandato do deputado federal Eduardo
Cunha, por 450 votos entre 510 possíveis, é muito significativa e deve ser
examinada com cuidado, para que não se caia na esparrela de tratá-la como um
capítulo exemplar do processo de expiação das mazelas da corrupção do Brasil.
Nada está mais longe de qualquer ato relacionado com
moralização do país do que a cassação de Eduardo Cunha, Que ele é um corrupto,
com acusações que datam do início da década de 1990, quando foi presidente da
TELERJ (após ter sido tesoureiro da campanha de Collor no Rio), parece não
restar a menor dúvida para as autoridades policias nem para a justiça.
Que figuras de seu quilate não deveriam ser deputados,
também.
Mas não sejamos ingênuos, no Congresso Nacional no
Palácio do Planalto circulam outras personagens com as mesmas características.
Eduardo Cunha foi um peça importante no xadrez que
depôs Dilma e elevou Temer à condição de presidente da República.
Mas ele é apenas uma peça no jogo que envolveu não só
a cassação de Dilma, mas e, talvez, principalmente a destruição do PT como
partido postulante à presidência da República em 2018. E, portanto,
descartável.
Não é crível que 257 deputados tenham sofrido uma
crise de culpa, um súbito reerguimento moral e tenham corrido assustados da
malévola figura de Cunha, mas este número é a diferença entre os que votaram
nele, no dia 1 de fevereiro de 2015, para a presidência da Câmara de Deputados
(267), e os que votaram recentemente contra sua cassação (10).
Eduardo Cunha foi e continua sendo extremamente útil
para o grupo conservador liderado pelo PMDB e protagonista do golpe
mediático-parlamentar que depôs Dilma Rousseff. Vejamos a genealogia do golpe:
1. Eduardo Cunha, deputado com uma ficha corrida de
suspeição, ligado à Assembléia de Deus, se candidata à presidência da Câmara
pelo PMDB, forçando o PT a propor um candidato: Cunha obteve 267, Chinaglia, do
PT, 136 votos; Julio Delgado, do PSB, 100 ; Chico Alencar, do PSOL, 10.
Cunha
foi eleito pelo PMDB, pelos partidos nanicos que circulam ao redor dos poderes,
mas certamente também com votos do PSDB.
Ele só não teria votos do partido de Aécio se
imaginássemos que os 50 deputados do PSDB votaram em bloco no PSB, hipótese que
está além do razoável. Estavam dadas as primeiras condições para desestabilizar
o governo Dilma.
Cunha, ao longo de 2015, foi personagem constante nas
investigações da Lava Jato. Já em 17 de julho declara-se rompido com o governo,
em uma entrevista coletiva onde também se defende das acusações feitas contra
ele, dizendo-se inocente e perseguido político.
Pela primeira vez, solicita informações e adequações
aos pedidos de impeachment contra a presidenta que se encontravam na Câmara.
1. Enquanto isto, os vencidos nas eleições de 2014
desfrutavam das delícias da mobilização de vastos setores da população nas ruas
pelo impeachment de Dilma, sob o comando da grande mídia de televisão e de
jornais. O teatro estava montado e cada um sabia muito claramente qual era o
seu papel.
2. Em outubro de 2015, o PSOL entra com uma representação
na Comissão de Ética contra Eduardo Cunha, por ele ter mentido ao parlamento
quando afirmou, na CPI da Petrobrás, que não tinha contas no exterior.
Por meses, Cunha e seus aliados, que eram muitos,
trataram de desqualificar as acusações.
Com os pedidos de impeachment de Dilma na mão, ameaça
os deputados do PT: se não votassem a seu favor na Comissão de Ética, aceitaria
um pedido de abertura do processo de impeachment.
Os deputados petistas não aceitam a chantagem.
Três datas são fundamentais no mês de dezembro, após
Cunha ter se dado conta de que perderia na Comissão de Ética: no dia 2 de
dezembro, o presidente da Câmara de Deputados aceita o pedido de abertura do
processo de impeachment impetrado por três advogados paulistas; no dia 7 de dezembro,
o vice-presidente da República, Michel Temer, publica uma carta dirigida à
Presidenta, onde declara que não lhe deve mais nenhuma fidelidade ( o conteúdo
desse documento é por demais ridículo para perdermos tempo com ele).
No dia 15 de dezembro, o Conselho de Ética aprova, por
11 votos a 9, a continuidade do processo contra Cunha.
A equação estava posta e concretizava uma
possibilidade que nem mesmo o PSDB, a FIESP e os apoiadores de rua poderiam
imaginar tão perfeita para suas aspirações. Duas questões eram fundamentais:
afastar o PT definitivamente da política brasileira e salvar os políticos não
petistas das investigações da Lava Jato.
3. No dia 4 de março, o ataque vem de Curitiba: Lula
era levado coercitivamente para depor. Nada ficou esclarecido. Por que o
depoimento foi coercitivo, se Lula nunca tinha se negado a depor? Por que foi
no aeroporto de Congonhas, quando a Polícia Federal possui uma confortável e
segura sede em São Paulo? Não teria sido uma tentativa de prendê-lo, frustrada
pela reação popular e política imediata à notícia de que a polícia teria
entrado em sua casa e o levado coercitivamente? Mas os atentos ministros do STF
não viram nada de errado nisso!
4. Dilma e Cunha eram as pontas de icebergs desta
equação. Enquanto Cunha estivesse protegida, as forças políticas representadas
pelo PMDB e PSDB estavam dispostas a sangrar o governo Dilma até 2018, em troca
de algum arranjo que as salvassem das garras da Lava Jato. Quando a primeira
camada de proteção se rompe, com a derrota de Cunha no Conselho de Ética, um
novo campo de possibilidades se abre: tomar o governo e redirecionar a Lava
Jato para o PT, entregando em troca Eduardo Cunha no final do jogo.
5. Em março, o governo Dilma dá uma cartada de risco:
nomeia Lula ministro da Casa Civil.
Mas um telefonema ilegalmente clonado dá razão para
Gilmar Mendes aceitar o pedido de liminar feito pelo PSDB e outros partidos,
impedindo a posse, sob a alegação de que teria sido nomeado com desvio de
função.
Segundo os acusadores, a verdadeira razão de nomeá-lo
teria sido salvá-lo da Lava Jato.
Lula não era réu, nomear ministros é uma prerrogativa
da presidência da República, mas nada disto foi levado em conta.
6. No dia 16 de abril, os brasileiros assistiram
estarrecidos uns dos mais dantescos espetáculos de canalhice política da
história do país, quando a grande parte dos 513 deputados federais expôs toda a
sua ignorância, seu primitivismo, sua falta de qualquer sentido de
responsabilidade pública. Corruptos de todos os matizes se declararam a favor
da abertura do processo de impeachment de Dilma, em nome de Deus, da sogra, do
cãozinho de estimação.
O golpe de 1964 foi colocado novamente na roda, visto
como um momento glorioso. Não era a voz de um farsante somente, era a voz de
alguém que fazia trabalho sujo. Como a corrupção nunca foi um problema, nem
para os deputados nem para os apoiadores do impeachment na rua, houve
comemorações.
7. Seguiu-se outro momento lastimável para a história
deste país: a farsa do Senado e o parecer “técnico” do senador Anastasia. A
grande maioria dos senadores, políticos experientes, sabia que as pedaladas
fiscais não eram crimes de responsabilidade, que a presidenta Dilma não havia
cometido nenhum crime e contra ela não havia nenhuma acusação de corrupção. Mas
o impoluto Senador Anastasia, cuja existência política se deve exclusivamente a
Aécio Neves, escreveu uma peça de ficção que foi aceita pela maioria, pelos
mesmos motivos que embasam todo o processo: desqualificar o PT e afastar o
perigo da Lava Jato, que também rondava algumas de suas excelências.
8. Deposta Dilma Rousseff, a ascensão de Temer e seu
estranho ministério tranquilizava os mais envolvidos em escusas situações, como
a do helicóptero cheio de cocaína do senador mineiro. Mas, para tornar a
situação ainda mais tranqüila em relação à polícia e à justiça, teriam de
sacrificar o mais visado. Sem nenhum constrangimento, se viram livres de
Eduardo Cunha.
9. Faltava ainda um último ato para que o golpe se
cumprisse completamente: afastar o PT das eleições de 2018 e isto queria dizer
afastar Lula como possível candidato. Uma nova farsa foi montada no dia 14 de
setembro, quando os procuradores de Curitiba armam um circo em um hotel, chamam
a imprensa e protagonizam uma cena só comparável, em termos de vergonha
nacional, aos 17 de abril na Câmara de Deputados. O chefe dos procuradores, o
jovem imberbe Deltan Dallagnol, munido de um PowerPoint de qualidade escolar,
brandiu, como se estivesse no púlpito de uma igreja, que não tinha provas
contra Lula, mas convicção de que ele era culpado, pois o fato de não haver
nenhum documento provando que ele era o dono do famoso apartamento triplex era
a maior prova de que ele era o dono de fato.
Este argumento lembra o famoso teste que se fazia na
Europa medieval para provar se as mulheres eram ou não bruxas: elas eram
jogadas em um rio. Se afundassem, eram inocentes; se boiassem e se salvassem,
eram bruxas e iam para a fogueira.
O discurso do jovem curitibano teve a mesma lógica da
inquisição medieval.
Assim, fecha-se o círculo, com duas derrotas pesadas
para o processo democrático brasileiro: a deposição de uma presidenta da
República legal e legitimamente eleita, por conta de uma peça de ficção montada
a partir da Câmara de Deputados e do grupo Temer, sob o olhar impávido do STF,
que deu aval de legalidade à farsa. A segunda derrota é da própria Lava Jato,
que abriu mão de qualquer compromisso com o esclarecimento dos grandes
escândalos de corrupção para se dedicar a provar que Luis Inácio Lula de Silva
é proprietário de um apartamento em uma praia do litoral paulista e de um sitio
em Atibaia.
Feliz o país onde o grande perseguido de corrupção é
acusado de ter duas propriedades que qualquer profissional de classe média no
Brasil pode adquirir ao longo da vida com seu salário.
Mas, infelizmente, há contas na Suíça que permitem
comprar ilhas, não apartamentos; há helicópteros com toneladas de cocaína que
permitem comprar fazendas e até construir nelas aeroportos financiados por
governos estaduais, não um sítio de lazer.
Fonte: Agência Brasil.
OPINIÃO:
O PT tenta resistir em
função de suas ações corruptas – a ordem é combater! Que nos faz transparecer
que poderá surgir uma espécie de “PARCs urbanas no Brasil” – cuidado com os bagunceiros e anarquiustas
sob a batuta do corrupto LULA, LÁ, LA !!!!
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