quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A CORRUPÇÃO PRATICADA POR TESOUREIROS DO PT - MAIS UM PRESO

 EX-TESOUREIRO DO PT CHEGA PARA DEPOR NO FÓRUM DA BARRA FUNDA, EM SP.

João Vacarri Neto foi preso pela Lava Jato e está detido no Paraná.

Ele deve falar sobre irregularidades no Bancoop.


Preso pela Operação Lava Jato desde abril deste ano no Paraná, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto chegou na tarde desta quarta-feira (4) à capital paulista para depor no processo que investiga irregularidades na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop).

O depoimento começou às 13h50 no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. Além de Vaccari, mais quatro réus devem ser ouvidos nesta fase de instrução do processo. Um dos réus não foi encontrado e outros quatro acusados morreram.

Vaccari presidiu a Bancoop entre 1999 e 2009. Nesse período, segundo o Ministério Público de São Paulo, houve desvios de dinheiro do banco para financiar o caixa de partidos políticos.

O ex-tesoureiro do PT foi denunciado em 2010 pelos promotores paulistas, mas o processo só começou a andar em meados de 2015, quando a Justiça aceitou iniciar uma ação penal contra ele. Para o Ministério Público, durante a gestão do ex-tesoureiro do PT, o Bancoop perdeu cerca de R$ 100 milhões, causando a falência da cooperativa de crédito.


Também pesa contra ele a acusação de que as obras de condomínios financiados pelo Bancoop tenham sido superfaturadas. Com a falência, vários imóveis deixaram de ser entregues aos cooperados. No entanto, o próprio Vaccari e dirigentes do PT chegaram a conseguir ficar com imóveis que foram feitos dentro dos prazos.

A juíza Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa negou o pedido do advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que representa Vacarri, para  adiar o depoimento porque, segundo ele, o Ministério Público havia juntado ao processo novas provas, que a defesa não teve acesso.

D'Urso disse que Vaccari está pronto para responder audiência. "Se eventualmente for realizada a audiência, Vaccari está preparado para responder", disse o advogado.

Vítima.

< O técnico em eletrônica Marcos Sergio Migliaccio esta no Fórum da Barra Funda e diz ter sido uma das vítimas do esquema da Bancoop.

Ele é proprietário de um apartamento no edifício Cacheira, no bairro Lausane Paulista, e conta que em 2006 a cooperativa fez uma cobrança irregular, extra contratual. A dívida, segundo ele, nunca foi explicado por Vaccari, presidente da Bancoop na época.

Os cooperados se recusaram a pagar o valor é questionaram na Justiça à cobrança. A ação foi ganha em primeira e segunda instância, mas "por conta disso, metade das pessoas não tem escritura depois de 12 anos", afirmou Migliaccio.

"Isso é uma sujeira contra diversas pessoas que acreditaram no sindicato dos bancários e nessas pessoas que estavam a frente da entidade. Essas pessoas investiram as suas economias e até hoje muitas delas não tem nada".

"Os piores prejuízos são para quem mora em edifícios inacabados e tiveram que contratar outras construtoras para Finalizar as obras. Pessoas que estão sem. Nada até hoje. Pessoas que sacaram para fundo de garantia para pagar a Bancoop e até agora não tem nada", completou.

Prisão em Curitiba.

João Vaccari Neto está preso em Curitiba desde abril deste ano por suposto envolvimento no esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro descoberto na Petrobras pela Operação Lava Jato.

Ele é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como um dos operadores da propina paga por donos de empreiteiras que mantinham contratos com a estatal.

De acordo com a denúncia do MPF,  Vaccari participava de reuniões com Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, também detido pela Lava Jato, para tratar de pagamentos de propina, que era paga por meio de doações oficiais ao PT.

Dessa maneira, os valores chegavam como doação lícita, mas eram oriundas de propina. Vacarri sempre negou as acusações e afirmou que as doações feitas ao PT eram lícitas e  realizadas com transparência e com a devida prestação de contas às autoridades competentes.

O ex-tesoureiro do PT já foi condenado em um dos processos que responde em Curitiba, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O  juiz federal Sérgio Moro determinou que Vaccari cumprisse pena de 15 anos e 4 meses de prisão. Atualmente, ele está detido no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Fonte: G1 – SP.

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