PGR pediu que prisão
temporária fosse convertida em prisão preventiva.
Pedido
foi acolhido neste domingo pelo ministro do STF, Teori Zavascki.

Com isso, os presos pela Polícia Federal na Operação Lava Jato na semana passada, que poderiam sair neste domingo à meia-noite, continuarão encarcerados.

"De acordo com o artigo 312 do CPP [Código
Processual Penal], esses requisitos são: garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício
suficiente de autoria", informou o STF.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, inforomou que solicitou ao STF a conversão da prisão temporária do banqueiro André Esteves e do assessor do senador Delcidio Amaral Diogo Ferreira em prisão preventiva neste sábado (27). Para ele, há "ofensa gravíssima à ordem pública diante da conduta dos dois investigados".
A PGR cita ainda, no pedido de prisão preventiva, que
os objetos apreendidos na quarta-feira (25) e depoimentos prestados por
investigados demostram "evolução em desfavor de André Esteves".
"Além disso, a petição de Janot argumenta que
Esteves tem claro interesse em que não venham à tona colaborações premiadas que
o vinculassem a fatos criminosos apurados na Operação Lava-Jato.
No pedido de prisão temporária, feito na semana passada, Esteves foi apontado como o agente financeiro a oferecer apoio material à família de Nestor Cerveró em troca de ver seu nome preservado em eventual acordo de colaboração premiada", informou a PGR.
No pedido de prisão temporária, feito na semana passada, Esteves foi apontado como o agente financeiro a oferecer apoio material à família de Nestor Cerveró em troca de ver seu nome preservado em eventual acordo de colaboração premiada", informou a PGR.
Da mesma forma, acrescentou a Procuradoria Geral da
República, os objetos apreendidos com Diogo Ferreira demonstram a "densa
participação dele no embaraço à investigação do crime de organização criminosa
e no auxílio ao senador para explorar seu prestígio perante ministros do
STF".
Prisão
temporária X preventiva.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco dias, caso se comprove necessidade e urgência.
A lei diz que, caso se trate de suspeito de crime hediondo, tortura, tráfico ilícito de substâncias entorpecentes e drogas afins ou de terrorismo, a prisão temporária poderá durar trinta dias, prorrogáveis pelo mesmo prazo.
A prisão preventiva não tem prazo para terminar. Ela é
considerada uma medida cautelar, ou seja, busca evitar que o réu cometa novos
crimes ou que, em liberdade, prejudique a colheita de provas ou fuja.
A prisão preventiva não viola a garantia constitucional de presunção de inocência se a decisão for devidamente motivada e se a prisão for necessária.
A prisão preventiva não viola a garantia constitucional de presunção de inocência se a decisão for devidamente motivada e se a prisão for necessária.
Os requisitos necessários para fundamentar uma prisão
preventiva, segundo o próprio STF observou em nota divulgada na noite deste
domingo, são: garantia da ordem pública e da ordem econômica (impedir que o réu
continue praticando crimes); conveniência da instrução criminal (evitar que o
réu atrapalhe o andamento do processo, ameaçando testemunhas ou destruindo
provas); e assegurar a aplicação da lei penal (impossibilitar a fuga do réu,
garantindo que a pena imposta pela sentença seja cumprida).
Prisão de
Esteves e Diogo Ferreira.

Esteves e Ferreira foram presos na última quarta (25), assim como
Delcídio, suspeitos de tentar interferir no andamento das investigações da Lava Jato. Segundo a PGR, o grupo tentou convencer o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a não fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e ofereceu à família dele R$ 50 mil mensais.
Sócio do banco BTG Pactual, Esteves está detido em um presídio na cidade do Rio de Janeiro e Diogo Ferreira, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília – mesmo local onde está Delcídio do Amaral.
Responsável pela defesa de André Esteves, o advogado
Antônio Carlos de Almeida Castro, chegou a pedir neste domingo ao Supremo que não
prorrogasse a prisão temporária do cliente, que terminaria à meia-noite. Entretanto,
não foi atendido pelo STF.
Denúncias.
A PGR deve apresentar denúncia nos próximos dias contra Delcídio, André Esteves, Diogo Ferreira e o advogado Édson Ribeiro – também preso na semana passada.
As denúncias devem ser apresentadas ao Supremo
Tribunal Federal (STF), que autorizou as prisões. Uma vez denunciados, os
investigados têm que apresentar defesa à corte. Se o Supremo acolher a
denúncia, o investigado passa a responder como réu no processo.
Fonte: G1 – DF.
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