COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
LÓGICA PARA ÉTICA E DISCIPLINA ESCOLAR.
Nobres:
Vocês hão de recordar quando no inicio do ano de seu
segundo governo como prioridade nomeou para pasta da Educação um ministro (aqui
do Estado do Ceará) lançou a sua meta, escondida pelo “Slogan - Pátria
Educadora (coisa nenhuma) que tinha como demérito, “brigar” com forças
antagônicas e quando na sua investidura, provocou e, se deu mal – “graças a
Deus”. Somados a tantos reveses da indelicada Presidente Dilma em conceitos
morais e na área econômica, agora se retomou a atribuição pertinente em termos
técnicos para política do ensino do país, se contorna com apreço diante da criação
de mais disciplinas obrigatórias a serem prelecionadas nas salas de aula do
ensino fundamental e médio. Em tese, parece tratar-se de uma iniciativa
importante: os alunos vão aprender sobre ética e política, sem dúvida, dois
assuntos para os quais a juventude deve ser preparada, pois dizem respeito a
valores que constituem a base em que se sustentam a saudável convivência social
e o necessário progresso humano que todos almejamos. Crianças e jovens que,
desde cedo, aprendem valores éticos, inclusive em relação ao trato da coisa
pública, provavelmente serão menos tolerantes no futuro não apenas com o mau
uso do poder concedido a detentores de cargos eletivos, mas também com as
grandes corrupções do dia a dia, que já vêm sendo alvo de campanhas de
conscientização como as elaboradas pelo Ministério Público, tanto na esfera estadual
quanto federal, algumas dessas iniciativas, inclusive, também se dirigem a
crianças e adolescentes nas escolas. Da tese à prática, no entanto, a distância
é enorme. As inegáveis boas intenções do projeto colidem com inúmeros fatores
que podem levá-lo a produzir efeitos contrários àqueles pretendidos. Em
primeiro lugar, na linha do que defendem muitos educadores, a ética é um
conjunto de valores que se transmitem empiricamente a partir da educação
familiar, no âmbito sagrado dos lares. é devera importante reverter a crise de
valores que assola a sociedade. Transmitir valores éticos é missão fundamental
da família; às escolas caberia organizar e tornar compreensíveis os princípios
que os regem sujeitando-os, contudo, aos perigos do relativismo, da subjetividade
e da doutrinação de caráter moral nem sempre aceitáveis pela média da
sociedade. Dá-se o mesmo quando se trata de “ensinar” política aos alunos, tema
facilmente contaminável pelo proselitismo partidário ou ideológico, deixando em
segundo plano o conhecimento do tema como Ciência de Organização dos Estados e
como instrumento de conquista e preservação do poder com o fito de promover o
bem comum. O país experimentou certas disciplinas que veio alimentar ideologia
que na prática não teve sentido nenhum. Partidarismos e sectarismos políticos
continuam presentes e não devem ser objeto de sujeição das mentes infantis ou
jovens, ainda imaturas e naturalmente as críticas em relação ao que lhes é
ensinado. Ademais, há consenso entre os mais respeitáveis e experimentados
educadores relativamente à excessiva quantidade de disciplinas obrigatórias
hoje presentes nos currículos escolares. Quando se sabe que estudantes que
finalizam o ensino médio conseguem atingir o grau universitário com níveis
sofríveis de alfabetização, é ingênuo imaginar que a disciplina de Ética e
Política possa melhorar este quadro sombrio.
Antônio
Scarcela Jorge.
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