terça-feira, 24 de novembro de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2015

COMENTÁRIO

Scarcela Jorge


LÓGICA PARA ÉTICA E DISCIPLINA ESCOLAR.


Nobres:
Vocês hão de recordar quando no inicio do ano de seu segundo governo como prioridade nomeou para pasta da Educação um ministro (aqui do Estado do Ceará) lançou a sua meta, escondida pelo “Slogan - Pátria Educadora (coisa nenhuma) que tinha como demérito, “brigar” com forças antagônicas e quando na sua investidura, provocou e, se deu mal – “graças a Deus”. Somados a tantos reveses da indelicada Presidente Dilma em conceitos morais e na área econômica, agora se retomou a atribuição pertinente em termos técnicos para política do ensino do país, se contorna com apreço diante da criação de mais disciplinas obrigatórias a serem prelecionadas nas salas de aula do ensino fundamental e médio. Em tese, parece tratar-se de uma iniciativa importante: os alunos vão aprender sobre ética e política, sem dúvida, dois assuntos para os quais a juventude deve ser preparada, pois dizem respeito a valores que constituem a base em que se sustentam a saudável convivência social e o necessário progresso humano que todos almejamos. Crianças e jovens que, desde cedo, aprendem valores éticos, inclusive em relação ao trato da coisa pública, provavelmente serão menos tolerantes no futuro não apenas com o mau uso do poder concedido a detentores de cargos eletivos, mas também com as grandes corrupções do dia a dia, que já vêm sendo alvo de campanhas de conscientização como as elaboradas pelo Ministério Público, tanto na esfera estadual quanto federal, algumas dessas iniciativas, inclusive, também se dirigem a crianças e adolescentes nas escolas. Da tese à prática, no entanto, a distância é enorme. As inegáveis boas intenções do projeto colidem com inúmeros fatores que podem levá-lo a produzir efeitos contrários àqueles pretendidos. Em primeiro lugar, na linha do que defendem muitos educadores, a ética é um conjunto de valores que se transmitem empiricamente a partir da educação familiar, no âmbito sagrado dos lares. é devera importante reverter a crise de valores que assola a sociedade. Transmitir valores éticos é missão fundamental da família; às escolas caberia organizar e tornar compreensíveis os princípios que os regem sujeitando-os, contudo, aos perigos do relativismo, da subjetividade e da doutrinação de caráter moral nem sempre aceitáveis pela média da sociedade. Dá-se o mesmo quando se trata de “ensinar” política aos alunos, tema facilmente contaminável pelo proselitismo partidário ou ideológico, deixando em segundo plano o conhecimento do tema como Ciência de Organização dos Estados e como instrumento de conquista e preservação do poder com o fito de promover o bem comum. O país experimentou certas disciplinas que veio alimentar ideologia que na prática não teve sentido nenhum. Partidarismos e sectarismos políticos continuam presentes e não devem ser objeto de sujeição das mentes infantis ou jovens, ainda imaturas e naturalmente as críticas em relação ao que lhes é ensinado. Ademais, há consenso entre os mais respeitáveis e experimentados educadores relativamente à excessiva quantidade de disciplinas obrigatórias hoje presentes nos currículos escolares. Quando se sabe que estudantes que finalizam o ensino médio conseguem atingir o grau universitário com níveis sofríveis de alfabetização, é ingênuo imaginar que a disciplina de Ética e Política possa melhorar este quadro sombrio.
Antônio Scarcela Jorge.

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