domingo, 29 de novembro de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - DOMINGO, 29 DE NOVEMBRO DE 2015

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

LULISMO TENTA LEVAR VANTAGEM TORTUOSA.

Nobres:
Num dos raros momentos em que aparentou sinceridade, obviamente deixou a mentira de lado, o ex-presidente Lula se definiu como uma “metamorfose ambulante”. Usou a expressão quando ainda ocupava o Palácio do Planalto, em 2007, para justificar as contradições entre o antes e o depois, isto é, dos tempos em que ele e o PT viviam aos tempos em que chefiava o governo. O Lula da oposição às políticas econômicas de seus antecessores, o Lula que fazia cerrado combate ao comportamento antiético dos governos e dos políticos já não era o mesmo Lula poucos anos depois. A síndrome da “transformação” não se esgotou. Temos por constatação um de seus pronunciamentos, quando ex-presidente confessou: “Nós ganhamos as eleições, sabe, com um discurso e, depois das eleições, sabe, nós tivemos de mudar o nosso discurso e fazer aquilo que nós dizíamos que não íamos fazer. Esse é um fato conhecido de 204 milhões de habitantes e conhecido pela presidente Dilma Rousseff”. Poucas vezes se viu uma admissão pública e tão espontânea de que a reeleição da presidente Dilma, em 2014, se deveu à prática escancarada de estelionato político-eleitoral. Durante a campanha, pregavam-se maravilhas sobre o modo petista de governar e que esta tinha sido a receita para que o país, a despeito de todas as crises globais do período, saísse ileso e mantivesse infindáveis condições para continuar crescendo e diminuindo a distância entre ricos e pobres. Por isso, a candidata reafirmava sua infalível crença nas políticas públicas que ela e seu antecessor empreenderam. A maioria (embora estreita) da população foi às urnas para demonstrar seu repúdio a todos os males que a oposição prometia combater caso fosse eleita. Nada de ajuste fiscal; nada de aumentar juros; nada de reformas estruturais; nada de enxugar a máquina; nada de elevar a carga tributária; nada de extinguir direitos trabalhistas; nada de sacrificar programas sociais; nada de conter gastos com saúde e educação. A desajeitada confissão de Lula traz escondidas suas repetitivas falácias, como a do “eu não sabia”. Dilma foi reeleita e a oposição, anatematizada por encarnar idéias que sepultariam os anos de conquistas inimagináveis que os governos petistas haviam alcançado. Poucos dias depois da eleição, porém, a realidade veio à tona. Revelou-se a situação pré-falimentar das finanças públicas e, uma a uma, todas as promessas de campanha começaram a cair como um castelo de cartas. Foi chamado a agir como síndico da massa falida o economista Joaquim Levy, cuja formação, nenhuma relação guardava com o lulopetismo. E a ele se deu a tarefa de promover o ajuste fiscal, pelo crescimento da carga tributária, cancelamento das desonerações, alta dos juros, cortes em setores que se dizia “imexíveis”, como a educação, apesar do slogan “Pátria Educadora”. - Primeira mancada, trazer para o ministério uma que comandou o governo do Ceará e que “reinou” poucos dias a frente da Pasta como era previsto por aqueles que guardam o “bom senso”. Retomando a nossa temática: - a desajeitada confissão de Lula de que “ganhamos as eleições com um discurso” e depois “tivemos de fazer aquilo que nós dizíamos que não íamos fazer” esconde, no entanto, outra de suas repetitivas falácias. A chave está no “tivemos de”. Quem teria forçado o PT e Dilma a abandonar o discurso que venceu a eleição? - Lula não diz. No fundo, trata-se de uma variante do famoso “eu não sabia”. Lula nada sabia sobre o mensalão, nada sabia sobre o petrolão, nada sabia sobre os malfeitos que se desenrolavam sob suas barbas e agora tenta também passar a imaginação de que ele, o PT e Dilma “não sabiam” da gravidade da situação, muito menos que tinham sido eles os causadores da catástrofe. Mas a verdade é que o cenário que o país vive hoje tem origens bens conhecidas. Remontam à época em que a crise mundial de 2008 foi interpretada como uma simples “marolinha” que o governo combateria facilmente com contravenenos poderosos: em vez de seguir a dura cartilha ortodoxa que livrou da recessão outros países igualmente (ou mais) afetados pelas bolhas que se seguiram, o governo abandonou todos os fundamentos para se aventurar no que pomposamente chamou de “política econômica anticíclica” aquela que ensinava a fazer tudo ao contrário. Deu no que deu. A economia se desgovernou, a inflação disparou, o desemprego cresceu a recessão não vai nos largar tão cedo, e a crise moral (imoral do governo, conseqüentemente do PT, e da base que “caminha para o “desalinhamento” conforme a perpétua convicção de seus interesses “bem comuns” que o Partido “combateu”  no passado e se posicionou as ações corruptas de seus novos aliados, "Collor, Maluf & Cia" do pretérito e, que no presente, desencadeia no cotidiano, na prisão de aliados.
Antônio Scarcela Jorge.

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