COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
LULISMO TENTA LEVAR VANTAGEM TORTUOSA.
Nobres:
Num dos raros momentos em que aparentou sinceridade, obviamente
deixou a mentira de lado, o ex-presidente Lula se definiu como uma “metamorfose
ambulante”. Usou a expressão quando ainda ocupava o Palácio do Planalto, em
2007, para justificar as contradições entre o antes e o depois, isto é, dos
tempos em que ele e o PT viviam aos tempos em que chefiava o governo. O Lula da
oposição às políticas econômicas de seus antecessores, o Lula que fazia cerrado
combate ao comportamento antiético dos governos e dos políticos já não era o
mesmo Lula poucos anos depois. A síndrome da “transformação” não se esgotou. Temos
por constatação um de seus pronunciamentos, quando ex-presidente confessou:
“Nós ganhamos as eleições, sabe, com um discurso e, depois das eleições, sabe,
nós tivemos de mudar o nosso discurso e fazer aquilo que nós dizíamos que não
íamos fazer. Esse é um fato conhecido de 204 milhões de habitantes e conhecido
pela presidente Dilma Rousseff”. Poucas vezes se viu uma admissão pública e tão
espontânea de que a reeleição da presidente Dilma, em 2014, se deveu à prática
escancarada de estelionato político-eleitoral. Durante a campanha, pregavam-se
maravilhas sobre o modo petista de governar e que esta tinha sido a receita
para que o país, a despeito de todas as crises globais do período, saísse ileso
e mantivesse infindáveis condições para continuar crescendo e diminuindo a
distância entre ricos e pobres. Por isso, a candidata reafirmava sua infalível
crença nas políticas públicas que ela e seu antecessor empreenderam. A maioria
(embora estreita) da população foi às urnas para demonstrar seu repúdio a todos
os males que a oposição prometia combater caso fosse eleita. Nada de ajuste
fiscal; nada de aumentar juros; nada de reformas estruturais; nada de enxugar a
máquina; nada de elevar a carga tributária; nada de extinguir direitos
trabalhistas; nada de sacrificar programas sociais; nada de conter gastos com
saúde e educação. A desajeitada confissão de Lula traz escondidas suas
repetitivas falácias, como a do “eu não sabia”. Dilma foi reeleita e a
oposição, anatematizada por encarnar idéias que sepultariam os anos de
conquistas inimagináveis que os governos petistas haviam alcançado. Poucos dias
depois da eleição, porém, a realidade veio à tona. Revelou-se a situação
pré-falimentar das finanças públicas e, uma a uma, todas as promessas de
campanha começaram a cair como um castelo de cartas. Foi chamado a agir como
síndico da massa falida o economista Joaquim Levy, cuja formação, nenhuma
relação guardava com o lulopetismo. E a ele se deu a tarefa de promover o
ajuste fiscal, pelo crescimento da carga tributária, cancelamento das desonerações,
alta dos juros, cortes em setores que se dizia “imexíveis”, como a educação, apesar
do slogan “Pátria Educadora”. - Primeira mancada, trazer para o ministério uma
que comandou o governo do Ceará e que “reinou” poucos dias a frente da Pasta como
era previsto por aqueles que guardam o “bom senso”. Retomando a nossa temática:
- a desajeitada confissão de Lula de que “ganhamos as eleições com um discurso”
e depois “tivemos de fazer aquilo que nós dizíamos que não íamos fazer”
esconde, no entanto, outra de suas repetitivas falácias. A chave está no
“tivemos de”. Quem teria forçado o PT e Dilma a abandonar o discurso que venceu
a eleição? - Lula não diz. No fundo, trata-se de uma variante do famoso “eu não
sabia”. Lula nada sabia sobre o mensalão, nada sabia sobre o petrolão, nada
sabia sobre os malfeitos que se desenrolavam sob suas barbas e agora tenta
também passar a imaginação de que ele, o PT e Dilma “não sabiam” da gravidade
da situação, muito menos que tinham sido eles os causadores da catástrofe. Mas
a verdade é que o cenário que o país vive hoje tem origens bens conhecidas.
Remontam à época em que a crise mundial de 2008 foi interpretada como uma
simples “marolinha” que o governo combateria facilmente com contravenenos
poderosos: em vez de seguir a dura cartilha ortodoxa que livrou da recessão
outros países igualmente (ou mais) afetados pelas bolhas que se seguiram, o
governo abandonou todos os fundamentos para se aventurar no que pomposamente
chamou de “política econômica anticíclica” aquela que ensinava a fazer tudo ao
contrário. Deu no que deu. A economia se desgovernou, a inflação disparou, o
desemprego cresceu a recessão não vai nos largar tão cedo, e a crise moral
(imoral do governo, conseqüentemente do PT, e da base que “caminha para o “desalinhamento”
conforme a perpétua convicção de seus interesses “bem comuns” que o Partido “combateu”
no passado e se posicionou as ações
corruptas de seus novos aliados, "Collor, Maluf & Cia" do pretérito e, que no
presente, desencadeia no cotidiano, na prisão de aliados.
Antônio
Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário