COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
UMA ESPERANÇA DE SER O BRASIL ÉTICO.
Nobres:
Na sucessão de fatos relatados pela Procuradoria
Geral da República no pedido de prisão de Delcídio apresenta um quadro
completamente descabido que pode, como efeito positivo, destravar a severa
crise institucional, econômica e moral que vive o país. Uma gravação feita por
Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor, entregue à PGR, deve contribuir para o
país sair do imobilismo. A gravação mostra que Delcídio Amaral tentou
interceder junto a ministros do STF para conseguir a liberação de Nestor
Cerveró. Em um dos trechos, o senador afirma que se reuniu com os ministros
Dias Toffoli e Teori Zavascki, mas não detalha como teria sido o encontro com
os magistrados. Os ministros negam o encontro. “Nós temos que centrar fogo no
STF agora”, diz o senador em outro trecho da conversa. Por outro lado, a firme
intervenção do STF anteontem, ao decidir pela prisão de Delcídio Amaral, serviu
para animar a corte a uma tomada de posição rigorosa em defesa da
respeitabilidade da instituição e de seus membros. Trata-se de uma poderosa
injeção de esperança de que, de agora em diante, possa se destravar tantos
outros casos escandalosos ainda pendentes de solução, aparentemente paralisados
pela morosidade da Justiça. Constituem-se num emblema de lentidão que emperra a
“lista de Janot”, aquela em que a PGR ofereceu, há meses, denúncias contra
agentes políticos com foro privilegiado, dentre os quais o notório presidente
da Câmara Federal, deputados Eduardo Cunha. O STF foi bastante ágil em
suspender o procedimento estabelecido por Cunha para o trâmite do processo de
impeachment na Câmara. Mas, não está tendo a mesma postura em relação à
denúncia ajuizada pela PGR em 20 de agosto deste ano contra o peemedebista. Mais
de três meses a denúncia encontra-se no gabinete de Teori Zavascki, aguardando
uma decisão do ministro. Há também no STF um pedido da oposição pedindo o
afastamento de Cunha que também carece de celeridade por parte do Supremo. A
causa do imobilismo que o país se encontra hoje reside na aliança entre o
presidente da Câmara e da base aliada do governo. A presidente Dilma Rousseff
não tem uma base sólida no Congresso e Cunha aproveita-se para, apesar de ter
sobre os ombros uma denúncia contra si, permanecer no cargo com base em um
“acordão” com o governo. Enquanto Cunha permanecer no cargo dificilmente a
pauta de discussões no Congresso irá avançar para retirar o país da crise. A
saída dele do cargo deve ocorrer poderiam reduzir o nível de instabilidade e colocar
o país novamente nos trilhos para sair dessa crise que não é só política ou
econômica, mas, também moral entre todos os aspectos.
Antônio
Scarcela Jorge.
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