sábado, 28 de novembro de 2015

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SÁBADO, 28 DE NOVEMBRO DE 2015

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge

UMA ESPERANÇA DE SER O BRASIL ÉTICO.

Nobres:
Na sucessão de fatos relatados pela Procuradoria Geral da República no pedido de prisão de Delcídio apresenta um quadro completamente descabido que pode, como efeito positivo, destravar a severa crise institucional, econômica e moral que vive o país. Uma gravação feita por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor, entregue à PGR, deve contribuir para o país sair do imobilismo. A gravação mostra que Delcídio Amaral tentou interceder junto a ministros do STF para conseguir a liberação de Nestor Cerveró. Em um dos trechos, o senador afirma que se reuniu com os ministros Dias Toffoli e Teori Zavascki, mas não detalha como teria sido o encontro com os magistrados. Os ministros negam o encontro. “Nós temos que centrar fogo no STF agora”, diz o senador em outro trecho da conversa. Por outro lado, a firme intervenção do STF anteontem, ao decidir pela prisão de Delcídio Amaral, serviu para animar a corte a uma tomada de posição rigorosa em defesa da respeitabilidade da instituição e de seus membros. Trata-se de uma poderosa injeção de esperança de que, de agora em diante, possa se destravar tantos outros casos escandalosos ainda pendentes de solução, aparentemente paralisados pela morosidade da Justiça. Constituem-se num emblema de lentidão que emperra a “lista de Janot”, aquela em que a PGR ofereceu, há meses, denúncias contra agentes políticos com foro privilegiado, dentre os quais o notório presidente da Câmara Federal, deputados Eduardo Cunha. O STF foi bastante ágil em suspender o procedimento estabelecido por Cunha para o trâmite do processo de impeachment na Câmara. Mas, não está tendo a mesma postura em relação à denúncia ajuizada pela PGR em 20 de agosto deste ano contra o peemedebista. Mais de três meses a denúncia encontra-se no gabinete de Teori Zavascki, aguardando uma decisão do ministro. Há também no STF um pedido da oposição pedindo o afastamento de Cunha que também carece de celeridade por parte do Supremo. A causa do imobilismo que o país se encontra hoje reside na aliança entre o presidente da Câmara e da base aliada do governo. A presidente Dilma Rousseff não tem uma base sólida no Congresso e Cunha aproveita-se para, apesar de ter sobre os ombros uma denúncia contra si, permanecer no cargo com base em um “acordão” com o governo. Enquanto Cunha permanecer no cargo dificilmente a pauta de discussões no Congresso irá avançar para retirar o país da crise. A saída dele do cargo deve ocorrer poderiam reduzir o nível de instabilidade e colocar o país novamente nos trilhos para sair dessa crise que não é só política ou econômica, mas, também moral entre todos os aspectos.
Antônio Scarcela Jorge.

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