Segundo dia de protesto de
caminhoneiros bloqueia estradas de oito estados.
Presidente da OAB disse que
protesto não pode prejudicar direito de 'ir e vir'.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
determinou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) utilize a força, se for
necessário, para liberar as rodovias interditadas por caminhoneiros que
protestam, desde esta segunda-feira (9), contra o governo federal. Na manhã
desta terça (10), as manifestações de caminhoneiros foram
registradas em oito estados: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande
do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
“No
caso de interdição de estradas, nós já determinamos para a PRF que atue através
do efetivo necessário para que possamos desobstruir estradas e possamos
garantir que aqueles caminhoneiros que queiram trabalhar tenham sua liberdade
de ir e vir assegurada", disse José
Eduardo Cardozo, ministro da Justiça
O grupo que participa do movimento foi convocado pelo
Comando Nacional do Transporte. Os manifestantes são autônomos e se declaram
independentes de sindicatos. Eles são contra a gestão da presidente da
República, pedem o aumento do valor do frete, reclamam da alta de impostos e da
elevação nos preços de combustíveis, entre várias outras questões.
"Evidentemente, no caso de interdição de
estradas, nós já determinamos para a PRF que atue através do efetivo necessário
para que possamos desobstruir estradas e possamos garantir que aqueles
caminhoneiros que queiram trabalhar tenham sua liberdade de ir e vir
assegurada", disse o ministro da Justiça em mensagem divulgada pela
assessoria de imprensa da pasta.
Na mesma declaração, Cardozo anunciou que os
caminhoneiros que fecharem estradas pelo país em forma de protesto contra o
governo terão de pagar multa
de valor superior a R$ 1, 9 mil. O valor exato da multa não foi
informado.
Na avaliação do presidente nacional da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coelho, o direito de greve
deve ser respeitado, desde que não prejudique o “direito de ir e vir” dos
brasileiros. Segundo ele, a entidade dos advogados está monitorando o movimento
dos caminhoneiros para assegurar o respeito aos direitos individuais.
“Há o direito de greve, que deve ser respeitado. E há
o direito à liberdade de ir e vir das pessoas, dos cidadãos do país, que deve
também ser observado. Estamos acompanhando o caso para que os dois direitos
sejam igualmente respeitados no Brasil. Não pode a manifestação impedir o ir e
vir das pessoas”, ressaltou o presidente da OAB.
O movimento que comanda os protestos não tem adesão
total dos caminhoneiros. A Confederação Nacional dos Transportes Autônomos
afirmou, em nota, que não concorda
com a mobilização já que a pauta não tem relação com os problemas
específicos da categoria. A União Nacional dos Caminhoneiros também informou
que discorda dos bloqueios.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Transportes e Logística da CUT (CNTTL) também informou, em nota, que o protesto
é uma "manobra" de "grupo que tenta usar os caminhoneiros em
prol de interesses políticos, que nada têm a ver com a pauta de reivindicações
da categoria".
Fonte: G1 - DF.
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