PT TEM 'TOTAL AUTONOMIA' PARA DEFINIR POSIÇÃO SOBRE CUNHA, DIZ
MINISTRO.
Edinho Silva (Comunicação Social) deu entrevista após reunião com Dilma.
Ele foi questionado se havia orientação do Planalto para o caso Cunha.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social,
Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira (23) que o PT tem “total autonomia”
para definir sua posição sobre o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cunha é alvo de processo no
Conselho de Ética da Câmara por suposta quebra de decoro parlamentar – deputados
alegam que ele mentiu à CPI da Petrobras ao dizer que não tem contas no
exterior. O processo no conselho, caso levado adiante, pode culminar com a
cassação do mandato de Cunha. Para isso, pelo menos 257 dos 513 deputados têm
que votar em cassá-lo.
Edinho Silva participou da reunião da coordenação
política do governo no Palácio do Planalto e foi perguntado se havia algum tipo
de orientação do Palácio do Planalto aos parlamentares petistas sobre como se
comportarem no Conselho de Ética em relação a Cunha.
No último dia 19, o conselho marcou sessão para às
9h30 para analisar o relatório preliminar pela continuação do processo de
investigação. Houve, porém, atraso dos parlamentares e, às 11h15, a sessão
teve de ser suspensa porque Cunha deu início à ordem do dia no Plenário, pelo
regimento, as comissões não podem funcionar quando há votações no Plenário, sem
que o grupo analisasse o parecer.
O atraso de deputados, entre eles, alguns do PT, foi apontado como opositores de Cunha como
estratégia para protelar a análise do parecer.
“O governo da presidenta Dilma é formado pelo PT e por
outros partidos que formam a coalizão e o PT tem total autonomia para construir
suas posições sobre Cunha dentro do Legislativo", afirmou Edinho.
"O diálogo do governo da presidenta Dilma com o
Legislativo é no sentido de criar uma agenda de interesse para o país, que
passa, no momento, pela aprovação das medidas de ajuste para que o país entre
na agenda da retomada do crescimento econômico”, completou o ministro. Edinho
avaliou ainda que a sessão do Conselho de Ética destinada a analisar o parecer
sobre Eduardo
Cunha é “assunto interno do Legislativo”.
Ele defendeu que o “interesse do Brasil” é a aprovação
das medidas de ajuste e o reequilíbrio fiscal. “Os assuntos internos do
Legislativo não são assuntos do governo”, enfatizou o ministro.
Como Cunha é o responsável por arquivar ou dar
prosseguimento a pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff,
críticos do PT têm dito que o partido pretende poupar o presidente da Câmara no
Conselho de Ética.
No início da tarde, algumas horas depois da declaração
de Edinho, o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (PT-AC), deu declaração
parecida, ao dizer que não há interferência do Planalto no caso. Ele negou ter
sido procurado pelo governo para poupar Cunha.
“Nunca recebi nenhum tipo de orientação dessa
natureza. Desde janeiro, quando assumi a liderança do partido na Casa, tenho me
comportado na busca de destravar pautas de interesse do governo e evitar
pautas-bomba”, disse.
Segundo Sibá, os integrantes petistas do Conselho de Ética vão agir “conforme suas responsabilidades”, sem interferência do governo.
“Nossos integrantes
sabem muito bem quais são suas responsabilidades. E vão trabalhar conforme
isso. Tenho certeza de que a bancada não vai ter nenhuma preocupação que não
seja o papel que nossos integrantes têm que desempenhar no Conselho de Ética.”
'Prioridades'
do governo.
Segundo o chefe da Comunicação Social, o tema central
da reunião da coordenação política desta segunda foi a pauta de votações do Congresso, Nacional
para esta semana.
Em entrevista, Edinho afirmou que a “prioridade” do
governo é aprovar o ajuste, mas ele não quis dizer qual projeto é prioritário, o
Planalto tenta aprovar, ao mesmo tempo, a Desvinculação das Receitas da União
(DRU), que está na Câmara; a repatriação de recursos de brasileiros no exterior
não declarado à Receita, no Senado; a nova CPMF, na Câmara; e a meta fiscal de
2016.
“Nossa prioridade, neste momento, é que possamos
aprovar as medidas necessárias para que a gente estabeleça o reequilíbrio
fiscal, crise as bases para a economia retomar o crescimento. A nossa
prioridade, então, é, dialogando com o Congresso, aprovar as medidas
fundamentais para o equilíbrio fiscal”, declarou.
Fonte: G1 – DF.
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