Militantes também gritaram “Impeachment, já!” durante discurso do vice.
Cotado para candidato em 2018, Temer apresentou propostas de governo.
Presidente nacional do PMDB, o vice-presidente da
República, Michel Temer, foi recebido por parte da militância peemedebista
nesta terça-feira (17), em um evento do partido, em Brasília, com os gritos de
“Impeachment, já!” e “Brasil, pra frente, Temer presidente”. O vice é cotado
internamente como possível candidato do PMDB à Presidência da República em
2018.
Apesar das cobranças de uma ala da legenda para que o
PMDB rompa com o governo Dilma Rousseff, o fim da aliança com o PT ficou de
fora da pauta oficial. O encontro com essa finalidade foi adiado para março.
O congresso peemedebista organizado pela Fundação
Ulysses Guimarães, foi convocado para que lideranças do partido debatessem
propostas de superação da crise econômica e alternativas a políticas do atual
governo.
O norte da discussão é um documento divulgado pelo PMDB em 29 de
outubro, que diverge das propostas do PT para a economia e questiona as medidas
de ajuste fiscal do Executivo.
< (PILATOS MODERNO)
Recebido no auditório do hotel que sediou o evento com
os gritos de “Temer, presidente”, o vice-presidente destacou que o documento
discutido pelo partido não é um programa eleitoral. “O PMDB quer ter um
programa próprio.
Não estamos ainda tratando de um programa eleitoral, estamos
tratando de um programa partidário”, declarou aos colegas de partido.
Enquanto discursava, um grupo de militantes do PMDB
gritou: “Impeachment, já!” e “Brasil, para frente, Temer presidente”.
Mesmo com
as manifestações de apoio, Temer prosseguiu com a apresentação de uma série de
propostas de governo, como mudanças no atual regime de Previdência Social, para
diminuir o déficit atual.
“Se quisermos ter uma Previdência no futuro, temos que
salvá-la. Impõe-se modificação tantas vezes falada, mas jamais executada:
estabelecer a idade mínima para aposentadoria somando-se ao tempo de
contribuição” enfatizou.
Ele defendeu ainda a construção de um Estado
“necessário e eficiente”, que “combata o desperdício, o desvio, e a corrupção”.
“Saio daqui animado, com esse fogo que é o PMDB", concluiu Temer.
'Voz própria'.
Líderes do PMDB defenderam nesta terça-feira, durante
o congresso do partido, que a legenda não se “atrele” ao programa de governo de
Dilma e tenha protagonismo na discussão de soluções para a crise política e
econômica. Senadores e deputados do PMDB destacaram que o partido terá
candidato próprio em 2018 e precisa se apresentar como alternativa à política
do PT.
Parte dos peemedebistas defendeu que o partido deixe
de atuar como sócio de governos e lance candidato próprio em 2018.
O presidente da Fundação Ulysses Guimarães, o
ex-ministro Moreira Franco afirmou que o documento debatido durante o
congresso, intitulado “Uma Ponte para o Futuro” é uma “prova” de que o PMDB tem
“voz” própria e pretende “restabelecer a confiança” da população na política.
“Esse documento, é, de fato, a ponte para o futuro, É
a prova de que o partido tem voz. De que o partido não tem medo da verdade.
Vamos restabelecer a confiança do brasileiro na política, para que possamos
retomar a confiança que se perde a cada dia, numa velocidade terrível. Creio
que é extremamente justo e adequado, é justo que chamemos esse documento por
seu verdadeiro nome, documento Temer”, disse Moreira Franco.
“O PMDB não vai poder se furtar de debater qual será
seu destino. O PMDB tem que buscar caminho próprio. O PMDB terá candidato em
2018 e vai disputar em 2016 todas as eleições que puder, em todos os
municípios.
E a discussão é se o PMDB tem que ficar atrelado com o projeto que
aqui está. Nós não participamos da formulação desse programa”, afirmou. Cunha
recebeu vaias ao iniciar o discurso, mas elas cessaram após alguns instantes.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
disse que o PMDB será um “grande norte” para o Brasil na eleição presidencial
de 2018. “Queremos dizer que estamos firmes para colaborar com o Brasil e levar
o PMDB para o lugar que ele deve definitivamente ocupar.”
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) fez um breve discurso
no qual afirmou que o PMDB não pode ser somente um partido voltado a garantir a
“governabilidade”. Para o senador, a legenda precisa apresentar propostas de
mudanças para o país. “O PMDB não pode ser só o partido da governabilidade.
Tem
que ser o partido da transformação do país. Tem que ter bandeiras claras.”
O deputado Baleia Rossi (PMDB-SP) defendeu que o
partido tenha candidato próprio em 2018. “Queremos apresentar soluções.
Soluções estas que serão apresentadas em 2018, quando teremos candidato a
presidente da República”, disse.
Intitulado “Uma ponte para o futuro”, o texto afirma
que o desequilíbrio fiscal está na origem dos principais problemas do país e
defende um “ajuste de caráter permanente”.
A expectativa inicial, porém, era que o encontro fosse
um congresso deliberativo em que fossem decididas questões como o desembarque
do governo federal. No entanto, o evento se transformou em algo com peso
político menor, mas que ainda assim será uma tentativa de se descolar do
desgaste do Palácio do Planalto.
Fonte: G1 – DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário