COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
"ARQUIPÉLAGO CERCADO"
Nobres:
Os investigadores podem até negar que o ex-presidente
Lula seja o foco principal das novas etapas da Lava-Jato, mas em Brasília é
difícil achar um petista que não esteja preocupado com os rumos da operação.
Nos bastidores, o temor é de que o empresário José Carlos Bumlai, preso pela
Polícia Federal, resolva apelar para a delação premiada, abrindo um passado de
quem foi bem próximo do ex-presidente. Na segunda etapa por menos de vinte e
quatro horas, foi preso o Senador Delcídio Amaral, como não poderia fugir o
padrão corrupto o parlamentar é do PT e líder do governo (Ô gente inocente, mas
por outro lado o povo não é besta!) esses cuidados não foram suficiente para
“aclimatar” os corruptos, ainda no poder, com os casos que se refere, ou mesmo
se omitirem. Congresso e Executivo deixam a impressão de que temem um
aperfeiçoamento da legislação buscando dar mais celeridade aos processos e às
respectivas punições. E é difícil fazer justiça quando muitos políticos
sentenciados pelo desvio de dinheiro público podem recorrer em liberdade até o
julgamento em segundo grau, pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo
Tribunal Federal. Os brasileiros precisam acompanhar com atenção as poucas
iniciativas com o objetivo de acelerar processos no âmbito do Judiciário,
principalmente quando envolvem corrupção. Se caso acontecerem às mudanças,
estão às propostas da Associação de Juízes Federais, que defende prisão após
condenação em segunda instância, e a de procuradores da Lava-Jato prevendo mais
rapidez no andamento de ações por improbidade, além de penas mais elevadas para
corrupção envolvendo altos valores. O Brasil não vai vencer a guerra contra a
corrupção a partir de ações isoladas, por melhores que sejam suas intenções. As
instituições precisam atender a esse apelo pelo fim da impunidade, as quais
serão fortalecidas para apressar o processo de moralização.
Antonio Scarcela Jorge.
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