Ele foi apontado como participante do caso Marka.
Executivo foi alvo de críticas
quanto à convivência com sócios e parceiros.
O banqueiro André Esteves, preso pela
Polícia Federal na quarta-feira (25), é um bilionário, preside o maior banco de
investimentos da América Latina e uma das figuras mais bem sucedidas da área
financeira do país nos últimos anos, e também um personagem controverso.
Nesta quinta-feira (26), o ministro Teori Zavascki, do
Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido apresentado pela de Esteves
para revogar sua prisão temporária e autorizou a
transferência dele da Superintendência da Polícia Federal no Rio de
Janeiro para o presídio Ary Franco.
Dono do PTG Bactual, Esteves esteve à frente de
grandes negócios da história recente do Brasil, ganhando fama pela
agressividade e sucesso nos negócios. Em 2011, comprou parte do
Banco PanAmericano. A instituição passava por dificuldades ao serem
descobertas fraudes de R$ 4,2 bilhões.
A revista Forbes de 2015 diz que o banqueiro é o 13º
brasileiro mais rico, com fortuna de R$ 9 bilhões. O banqueiro é suspeito de
planejar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato, de acordo
com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
As investigações apontam que o
senador Delcídio do Amaral e Esteves temiam que seus nomes fossem citados na
delação de Nestor Cerveró. A defesa do
banqueiro nega envolvimento do cliente.
Caso Marka
e Fonte Cindam.
Esteves ganhou fama pela primeira vez há mais de 15
anos, durante as investigações sobre as operações realizadas pelos bancos Marka
e Fonte Cindam no processo de desvalorização do real, em 1999. O banqueiro era
diretor de operações do então banco Pactual e foi apontado por Alberto Cacciola
(executivo do Marka) como participante de um esquema de venda de informações
privilegiadas pelo BC.
A promessa de sucesso de André Esteves foi mais forte
que as acusações contra ele. Em poucos anos ele virou dono do Pactual, vendeu o
mesmo para o banco suíço UBS e assumiu cargo executivo no exterior, deixou o
banco estrangeiro, montou uma nova instituição – o BTG, Banking and Trading
Group, para, finalmente, recomprar em
2009 o Pactual do UBS e fundar o maior banco de investimento da América do
Sul.
O primeiro
bilhão. (R$ 1.000.000.000,00)
Em todas as etapas de seu crescimento profissional,
Esteves foi alvo de críticas e dúvidas quanto à sua forma de conviver com
sócios e parceiros e tomar decisões de investimento.
O seu primeiro bilhão surgiu quando ele estava fazendo
40 anos, quando vendeu o banco Pactual ao UBS.
Para superar desconfianças e
desconfortos com o mercado financeiro, Esteves trouxe sócios importantes, como
o economista Pérsio Arida, um dos formuladores do Plano Real e ex-presidente do
Banco Central, e Eduardo Loyo, ex-diretor do BC.
O ano era 2008, momento
de implosão do sistema financeiro mundial.
O império construído por Esteves, ainda tão jovem (tem
47 anos), não nasceu da promessa de um tesouro nas profundezas do mar –
história do carioca e amigo Eike Batista. O BTG Pactual se
transformou numa sólida instituição financeira internacional com cerca de R$
300 bilhões em ativos, em 15 países. O BTG Pactual é hoje o 8º maior banco do
país em ativos.
Relações
com o poder.
Esteves tem bom relacionamento com políticos de vários
partidos. Em 2014, seu banco doou R$ 9,5 milhões diretamente para a campanha de
reeleição de Dilma Rousseff (PT), e R$ 5,28 milhões diretamente para a campanha de Aécio Neves (PSDB).
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também registra a doação de R$ 8 milhões do BTG Pactual, na mesma eleição, para o PMDB, que tinha Michel Temer como candidato a vice-presidente na chapa de Dilma.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também registra a doação de R$ 8 milhões do BTG Pactual, na mesma eleição, para o PMDB, que tinha Michel Temer como candidato a vice-presidente na chapa de Dilma.
Ainda é impossível calcular, entretanto, os estragos
que o envolvimento de seu principal executivo podem causar ao banco e a toda
rede de negócios que nasceu da personalidade de seu criador.
Fonte: G1 – SP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário