CPI DO BNDES MARCA
PARA TERÇA DEPOIMENTO DE BUMLAI, AMIGO DE LULA.
Pecuarista é suspeito de ter recebido propina de lobista investigado.
Comissão quer que ele esclareça suspeita de tráfico de influência.
A CPI do BNDES, que investiga operações envolvendo o
banco de fomento, marcou para a próxima terça-feira (24) depoimento do
empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva – para prestar esclarecimentos sobre suspeitas de
tráfico de influência e favorecimento em contratos firmados pelo banco.
Ele foi convocado em sessão da CPI do BNDES ocorrida na semana passada. Como se
trata de convocação, Bumlai é obrigado a comparecer. Ele só poderá adiar a data
marcada pela comissão se houver justificativa para a ausência, como atestado
médico ou morte de parente próximo.
Pecuarista do Mato Grosso do Sul e
empresário do setor sucroalcooleiro, Bumlai tinha acesso franqueado ao gabinete
de Lula durante os oito anos em que o petista comandou o Palácio do Planalto.
Os dois se conheceram em 2002, apresentados pelo ex-governador
sul-matogrossense Zeca do PT, e
estreitaram a relação nos anos seguintes.
Um dos delatores da Operação Lava Jato, o lobista
Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou em depoimento ao Ministério
Público Federal que repassou R$ 2 milhões a Bumlai referente a uma
comissão a que o pecuarista teria direito por incluir Lula em uma negociação
para um contrato.
< Fernando Baiano era representante da empresa OSX, que
tinha interesse em entrar na licitação para a construção de navios-sonda para
explorar o petróleo da camada do pré-sal.
Os R$ 2 milhões, ressaltou o delator, seriam repassados
a uma das noras de Lula para quitar uma dívida imobiliária.
Ainda segundo Fernando Baiano, o pagamento foi feito a
pedido de Bumlai, que, em contrapartida, se comprometeu a ajudá-lo a agendar
uma audiência entre o ex-presidente da República
com João Carlos Ferras, então presidente da Sete Brasil, uma das fornecedoras
da Petrobras.
Na época, a Sete Brasil negociava com a estatal do
petróleo contratos para exploração do pré-sal que incluiriam a empresa OSX.
Baiano contou ao Ministério Público que o negócio não foi adiante, mas que,
mesmo assim, ele pagou os R$ 2 milhões prometidos a Bumlai.
Em entrevista ao jornal “Estado de S. Paulo” publicada
no dia 25 de outubro, Bumlai desmentiu Fernando Baiano, negando ter pedido
propina para uma das noras de Lula.
Ao jornal, o pecuarista disse que não é tão próximo de
Lula como vem sendo noticiado pela imprensa, mas confirmou que levou um
empresário do setor de petróleo para uma audiência com o ex-presidente, em 2011,
a pedido de Baiano.
Fonte: G1 – DF.
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