DELCÍDIO INTERROMPEU DEPOIMENTO À PF APÓS SABER DE CRÍTICAS DE
LULA.
Segundo relato que teve acesso,
senador se descontrolou.
Delcídio deu depoimento à polícia
na tarde da quinta-feira.
O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral
(PT-MS), se "descontrolou completamente" ao ser informado que o
ex-presidente Lula o havia criticado na tarde desta quinta-feira (26), segundo
relatos repassados à GloboNews.
A declaração de Lula foi mostrada a Delcídio
durante o depoimento
do senador para a Polícia Federal (PF) na superintendência da
corporação em Brasília, onde o parlamentar está preso.
< Lula havia afirmado, em almoço na sede da
Central Única dos Trabalhadores (CUT), que o senador fez uma "coisa de
imbecil", em referências às acusações de que Delcídio estava atrapalhando
os trabalhos da Operação Lava Jato.
Segundo os jornais, Lula se disse perplexo com a
"grande burrada" cometida por Delcídio. O Instituto Lula negou via
assessoria de imprensa que o ex-presidente tenha dado as declarações.
No relato passado assim que mostraram as declarações
de Lula, Delcídio se "descontrolou completamente" e o advogado do
senador teve que interferir, o que suspendeu o depoimento.
De acordo com relatos, por esse motivo, Delcídio não
chegou a ser questionado sobre o trecho da gravação telefônica em que sugere
para o filho de Nestor Cerveró uma fuga do ex-diretor da Petrobras para a
Espanha via Paraguai.
A gravação serviu de base para a Procuradoria-Geral da
República pedir a prisão do senador.
Procurado pelo G1, o advogado de
Delcídio do Amaral, Maurício Leite, disse que estava em uma reunião e que
retornaria às ligações. O G1 aguardava resposta até a última
atualização desta reportagem.
Depoimento
de Delcídio.
Antes de o depoimento ser interrompido, Delcídio disse aos policiais que queria a soltura do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró por "questões humanitárias".
O depoimento dado por Delcídio à PF. O senador também
falou que tinha informações de que o vice-presidente Michel Temer tinha
relações próximas com o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, também preso pela
Lava Jato.
Na gravação telefônica, o senador fala para o filho de
Cerveró e para o advogado que o vice-presidente da República, Michel Temer,
havia procurado o ministro do STF Gilmar Mendes para tratar sobre Zelada.
Segundo diz Delcídio na conversa por telefone, Temer estaria "preocupado" com Zelada.
Segundo diz Delcídio na conversa por telefone, Temer estaria "preocupado" com Zelada.
O senador explicou aos policiais que citou Temer
porque, segundo "informações que se tinham à época", o
vice-presidente mantinha relações próximas com Zelada. Questionado sobre o que
seria essa proximidade, Delcídio disse que preferia não responder.
A assessoria de imprensa de Temer, que também é
presidente do PMDB, divulgou nota nesta sexta sobre a declaração de Delcídio. O
texto diz que "Jorge Zelada foi levado à presidência do PMDB por estar
sendo indicado para cargo na Petrobras, ocasião em que foi apresentado a Michel
Temer. O presidente do PMDB não o indicou nem trabalhou pela sua manutenção no
cargo".
Na nota, a assessoria diz que repudia as declarações
do senador. "Portanto, o presidente do PMDB nega qualquer relação de proximidade
com Jorge Zelada e repudia veementemente as declarações do senador Delcídio do
Amaral", completa o texto.
Prisão.
Delcídio foi preso pela PF na última quarta-feira (25). Segundo as investigações, ele estava atrapalhando as investigações da Lava Jato.
Nas gravações telefônicas que embasaram o pedido de
prisão feito pela PGR, Delcídio oferece para o filho de Cerveró, além da fuga
para a Espanha, uma mesada de R$ 50 mil para o ex-diretor não citar o
parlamentar em delação premiada.
A gravação foi feita pelo filho de Cerveró,
Bernardo Cerveró.
Para a polícia, Delcídio confirmou que é a voz dele
que está na gravação.
Ele alegou, no entanto, ser inocente e negou que tenha
oferecido mesada de R$ 50 mil mensais para que Cerveró evitasse fazer acordo de
delação premiada.
Fonte: G1 – DF.
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