COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
“MENTIRINHAS” (GRAVES) DO
GOVERNO E AS VERDADES DA SOCIEDADE.Nobres:
Neste nosso Brasil onde o imperativo corrupto dominou
as esferas do governo (executivo e legislativo) este ano de 2015 deixará
importantes exemplos para os próximos anos e, sobretudo, para as próximas
gerações. A necessidade de o país ter crescimento econômico, a fim de conseguir
superar a pobreza e elevar o padrão de vida da população, requer que sejam
preservados e melhorados os pilares que estimulam o espírito empreendedor, os
investimentos e a geração de riqueza. Tais objetivos dependem da normalidade
das instituições políticas e do bom funcionamento das leis e das regras que
regulam a vida do Estado, das empresas e das pessoas. A primeira lição confirmada
por vezes na história da humanidade é que a crise política, enquanto persiste,
prejudica de forma constante e direta a economia e paralisa os motores da
geração de riqueza. Crise política e desequilíbrio nas contas do governo estão
presentes hoje no Brasil de forma intensa e exageradamente prolongada. Não é a
primeira vez, nem será a última, que o Brasil enfrenta crise política e crise
econômica simultaneamente. Mas fazia muito tempo que o país não perdia um ano
inteiro com as duas crises instaladas sem que medidas de solução fossem
apresentadas. Ao lado das duas crises, o país está petrificado diante da
demolição moral nos negócios públicos, cujo símbolo maior é a gigantesca
corrupção descoberta no âmbito da Operação Lava Jato e esse é apenas um pedaço
do mar de corrupção que assola o sistema estatal brasileiro. Já passou da hora
de o país perceber que alguma coisa de importante precisa ser feita para mudar
o rumo da economia. Outra coincidência estranha para os padrões históricos é a
convivência simultânea da queda expressiva no Produto Interno Bruto (PIB) de
2015 em relação ao ano anterior – configurando situação de recessão e desemprego
e a inflação de 10% no ano, acima do dobro da meta (4,5%) do Banco Central
(BC). A primeira explicação para inflação elevada em tempo de recessão são os
reajustes de preços dos setores controlados pelo governo, caso específico da
energia, transportes e combustíveis. A queda do PIB é grave em qualquer lugar
do mundo, mas, no Brasil, é especialmente grave por ocorrer em concomitância
com a inflação e com o crescimento da população. É hora de mudar. Na verdade,
já passou da hora de o país perceber que alguma coisa de importante precisa ser
feita para mudar o rumo da economia, tarefa difícil se não for debelada a crise
política, que vem paralisando as ações do governo. O inusitado da atual crise
política é que estão sob fogo cerrado a presidente da República, o presidente
da Câmara dos Deputados e o presidente do Senado Federal. Os dois últimos estão
na lista dos políticos implicados na Operação Lava Jato, cujo processo está na
dependência do Ministério Público Federal e do Supremo Tribunal Federal para
andar e ser concluído. Quanto à presidente Dilma, embora ela tenha sido
presidente do Conselho de Administração da Petrobras no período em que a
companhia se envolveu com negócios escusos, como é o caso da compra da
refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, a preços escorchantes, a paralisia
de sua gestão vem mais das mentiras eleitorais, de sua dificuldade em dialogar
com o Congresso e da ameaça de impeachment. O país não crescerá se os
investimentos em infraestrutura física e em negócios empresariais não saírem
dos atuais 19% do PIB para taxas superiores nos próximos anos. A dificuldade
nesse caso é que os investimentos em infraestrutura dependem muito do setor
público que está com as contas estouradas e sem dinheiro e os investimentos do
setor privado estão contidos diante da inflação e da crise política. Como
agravante, os investidores internacionais não expandirão aplicações no Brasil
enquanto a crise política e a crise financeira do governo não forem superadas.
O ano de 2016 já se prenuncia problemático, podendo piorar caso a crise
política e o déficit público nas três esferas de governo não tenham solução
encaminhada. É hora de mudar o país e, quanto mais tempo demorar, mais a nação
empobrecerá. Esta é a questão essencial: a demora nas soluções é fator de
empobrecimento. O povo brasileiro sempre foi tido como paciente, tolerante e
pouco mobilizado diante das crises. Entretanto, as manifestações ocorridas em
meados de 2013, quando o próprio Congresso Nacional foi cercado pelos
manifestantes, mostraram que uma hora ou outra a população reage evidentemente
esperando resultados que serão magníficos contra os corruptos e, portanto o
governo. Em síntese, proclamam a mentira como padrão de governo em todas as
esferas. (união e município notadamente.
Antônio
Scarcela Jorge.
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