APÓS UM MÊS, GOVERNO AINDA TENTA TIRAR DO PAPEL
REFORMA ADMINISTRATIVA.
Dilma anunciou reforma em outubro. Parte das medidas não entrou em vigor.
Pontos como redução de cargos e secretarias aguardam análise técnica.
Pouco mais de um mês depois de a presidente Dilma
Rousseff anunciar a
reforma administrativa, parte das medidas propostas pelo governo federal
ainda não entrou em vigor e aguarda análise técnica das equipes ministeriais
para passar a vigorar.
Entre as medidas anunciadas e ainda não implementadas
estão a extinção de 30 secretarias nacionais vinculadas aos ministérios e o
corte de 3 mil dos 22 mil cargos comissionados.
Pelas estimativas da equipe econômica, as medidas
provocariam redução de R$ 200 milhões nos gastos públicos e, segundo a
presidente Dilma, tornariam o Estado mais “ágil”.
Outros pontos, como a criação de uma comissão para
analisar reformas do Estado, criação de centrais de controle de transportes
oficiais e redução de custeio com telefonia e passagens aéreas já estão
implementadas.
O que foi anunciado por Dilma e o andamento de cada
uma das medidas propostas:
Comissão
da Reforma do Estado.
A Comissão Permanente da Reforma do Estado foi criada
em 6 de outubro por meio decreto presidencial publicado no “Diário Oficial da
União”. Conforme o ato, os ministérios da Fazenda e do Planejamento, a Casa
Civil e a Controladoria-Geral da União (CGU) deveriam indicar nomes para
integrar a comissão. Segundo o Planejamento, a primeira reunião do grupo deve
ocorrer ainda neste mês.
Extinção de
ministérios.
Oito ministérios foram extintos. Na prática,
Previdência e Trabalho se fundiram em uma única pasta; Políticas para as
Mulheres, Direitos Humanos, Igualdade Racial também foram unificados; Pesca foi
incorporada ao Ministério da Agricultura; Secretaria-Geral, Gabinete de
Segurança Institucional, Relações Institucionais e Micro e Pequena Empresa
formaram a Secretaria de Governo; a Secretaria de Assuntos Estratégicos foi
extinta.

O governo já enviou ao Congresso Nacional uma medida provisória que extinguiu e fundiu
ministérios. O texto ainda não foi votado pelos parlamentares.
De acordo com o Planejamento, a publicação de um
decreto presidencial com a nova configuração dos órgãos, bem como a adaptação
das estruturas físicas e de pessoal, deve ocorrer até 31 de dezembro.
Segundo a pasta, "essa é uma etapa que envolve
uma grande reestruturação física e de pessoal – cerca de 60 mil servidores, 11
ministérios ou secretarias com status de ministério (que foram fundidos ou
extintos) e os imóveis que abrigavam as estruturas extintas."
Fomos ao local onde funcionava o Ministério da Pesca e
constatou que a pasta continua em funcionamento. O mesmo ocorreu com a
Secretaria de Políticas para as Mulheres e com a Secretaria de Promoção da
Igualdade Racial. Os ministérios do Trabalho e da Previdência Social, que já funcionavam
no mesmo prédio, estão unificados.
Extinção
de 3 mil cargos comissionados.
O Ministério do Planejamento informou que a redução
dos cargos ainda passa por análise técnica de cada órgão do governo.
Eliminação
de secretaria.
Não localizamos no "Diário Oficial da União"
ato que extinguisse 30 secretarias ligadas a ministérios, conforme anunciou a
presidente Dilma Rousseff.
O Ministério do Planejamento informou que a redução do
número de secretarias ainda passa por análise técnica de cada órgão do governo.
Reduções Salariais.
Dilma anunciou redução de 10% nos salários dela, do
vice-presidente e dos ministros (de R$ 30.934,70 para R$ 27.841,23).
De acordo com o Ministério do Planejamento, uma
mensagem presidencial já foi enviada ao Congresso Nacional para alterar um
decreto legislativo que fixou os salários das autoridades em R$ 30.934,70.
Para
que haja a redução dos salários, é preciso que os parlamentares aprovem a
proposta.
No Portal da Transparência do governo, os últimos
dados disponíveis sobre a remuneração das autoridades são referentes ao mês de
agosto, quando a redução ainda não havia sido anunciada por Dilma.
Corte nos
gastos de custeio.
Nos dias 13 e 14 de outubro, o governo publicou
decretos no “Diário Oficial da União” com ações relativas ao corte de até 20%
nos gastos de custeio, outra medida anunciada por Dilma.
No caso das passagens aéreas, o Executivo determinou
que ministros e comandantes das Forças Armadas, em viagens a trabalho, perderam
o direito de viajar na primeira classe para voar na classe executiva.
Sobre o uso de telefones, outro decreto determinou
limite de R$ 500 por mês com gastos com telefone celular corporativo de
autoridades.
O governo baixou decreto estabelecendo meta de redução
de 20% nos contratos para aquisição de bens e de prestação de serviços.
Também ficou estabelecido que os ministérios têm até
janeiro de 2016 para enviar ao Planejamento relatório de despesas com a redução
de gasto.
Imóveis da
União.
Nesta sexta, o Ministério do Planejamento informou
que, como uma das ações da reforma administrativa, o governo realizará na próxima
semana licitação para a venda de 18 imóveis da União em seis estados, avaliados
em R$ 92,3 milhões. O chamado “primeiro bloco” é formado por 20 imóveis.
A revisão do uso de imóveis da União foi outras das
medidas da reforma administrativa anunciada por Dilma.
Central de
transportes.
Um dos pontos da reforma administrativa que Dilma
anunciou é a criação de uma central de transporte por ministério, para aperfeiçoar
o uso das frotas. A Presidência da República baixou decreto instituindo medidas
de redução dos gastos com transporte oficial, entre as quais a criação das
centrais de transporte.

Das nove pastas procuradas, sete informaram que já
possuíam centrais de controle do uso de veículos mesmo antes do anúncio de
Dilma.

- Ministério da Ciência e Tecnologia:
informou que já tem uma "central de transporte" e que os veículos
oficiais já são compartilhados entre as autoridades.
- Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior: a pasta "já utiliza um sistema de compartilhamento de
carros entre suas autoridades".
- Ministério da Defesa: informou que
já possuía setor de transporte que centraliza o uso oficial e compartilhado dos
veículos.
- Ministério da Saúde: informou
ter serviço de transporte que administra as solicitações para utilização dos
veículos oficiais.

- Ministério do Desenvolvimento Agrário:
possui um setor de transporte que atende aos servidores a serviço da pasta.
"Em Brasília, a solicitação é feita via telefone e e-mail e, para melhor
uso da frota, já se faz o compartilhamento dos veículos", informou.
- Ministério do Desenvolvimento Social:
disse ter unidade específica de serviços de transporte, responsável por
gerenciar o uso dos carros oficiais e alugados pela pasta.
- Ministério das Relações Exteriores:
informou que, em cumprimento ao decreto presidencial, implementou sistema de
uso compartilhado de veículos, o que tem possibilitado "melhor
aproveitamento da frota de veículos e dos motoristas, com economia de
escala".
Fonte: G1 – DF. (somente texto sem comentário que urge de responsabilidade do blogueiro.)
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