No Palácio do Planalto, o clima é de muita preocupação
com a delação premiada que está sendo negociada pelo ex-diretor da área
internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
O temor no núcleo do governo é que Cerveró pode ligar
Dilma diretamente à compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), que deu
prejuízo à Petrobras na época em que ela presidia o Conselho de Administração
da estatal.
Na ocasião, Dilma divulgou uma nota na qual
afirmou que a decisão do conselho foi tomada com base em um parecer
"falho" elaborado pela área que era de responsabilidade de Cerveró.
O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, chegou a dizer
que Dilma tinha conhecimento de toda a operação, mas, depois, Cerveró voltou
atrás e fez media training, orientado pela Petrobras, para adequar sua fala à
CPI da Petrobras que funcionava no Congresso.
< Delcídio do Amaral, então, à época, foi escalado para
monitorar pessoalmente Nestor Cerveró, já que era muito próximo ao ex-diretor
da Petrobras.
Delcídio revelou que Cerveró também era próximo ao PMDB e ao
presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A
indicação de Cerveró tinha aval de setores do PT e do PMDB.
Além disso, há preocupação no governo com o risco
sistêmico no setor financeiro por conta da queda vertiginosa das ações do BTG
Pactual após a prisão do banqueiro André Esteves.
Entre parlamentares que acompanham o episódio, a avaliação é que André se envolveu diretamente na operação para evitar a delação de Nestor Cerveró em razão da compra, pelo BTG, de um controle de poços da Petrobras na África. A CPI da Petrobras constatou que a operação gerou prejuízo à estatal.
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