^
Presidente da Câmara entende que o impedimento perdeu apoio popular e criticou o PSDB. (cafajeste)
Em jantar com deputados aliados na semana passada, o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse não ver chances de abrir o
processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff neste ano.
Segundo relatos
de participantes do encontro, ele confidenciou entender que o impedimento
perdeu apoio popular e criticou o PSDB, que deixou de apoiá-lo na semana do
encontro. Cunha ainda afirmou acreditar que as contas do governo não serão
rejeitadas pelo Congresso e disse ter negociado com o Planalto a aprovação da
DRU (Desvinculação de Receitas da União) em troca da aprovação das emendas
impositivas de bancada.
O encontro aconteceu na quarta-feira da semana passada
(11), na residência oficial da presidência da Câmara. "Comentando sobre a
questão do impeachment, ele falou claramente que não vê nenhuma possibilidade
de este impeachment sair este ano. Ele entende que o impeachment tem que ter um
apoio popular grande, que enfraqueceu demais", disse o deputado Hildo
Rocha (PMDB-MA), um dos aliados que compareceu ao jantar.
Mas não falou de prazo, de quando vai tomar a decisão
dele. Se houver, é para 2016. Segundo Rocha, Cunha disse que os fundamentos de
alguns pedidos de impeachment que estão em sua gaveta "não têm sentido
nenhum" e exemplificou. "Ele citou um que eu até achei graça. Um cara
pegou notícia de jornal, uma coisa assim", relatou. O parlamentar disse
que, para Cunha, o impeachment "vem com força total" se as contas de
Dilma forem rejeitadas.
Críticas.
Na conversa, Cunha demonstrou sua insatisfação com o
PSDB, que passou a defender de forma mais contundente o afastamento do
peemedebista da presidência da Câmara.
Ele falou da forma como o PSDB tratou ele dois dias
atrás, dizendo que estava junto com ele e, dois dias depois, muda de ideia, não
dá satisfação para ele. Ele ficou chateado. Não ficou colérico, mas ficou
chateado.
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) também
participou do encontro e confirmou em parte as informações de Hildo Rocha.
Este ano não tem mais nada (de impeachment). Ele disse
que o PSDB abandonou o barco, que só no ano que vem para ele pensar.
Acordo.
Parlamentares que jantaram com Cunha também disseram
que o peemedebista negociou com o governo a aprovação da DRU em troca da aprovação
das emendas impositivas de bancada, uma de suas promessas de campanha a
presidente da Câmara.
Este acordo é que se aprova a DRU desde que sejam
aprovadas as emendas impositivas dos Estados.
Na conversa, discutiu-se até os percentuais das
emendas. Cunha quer 1,2%. O governo quer 0,6%. Mas o acordo deve ficar em 0,8%.
Segundo Perondi, Cunha afirmou estar negociando com o governo há cerca de um
mês.
Fonte: Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário