Nota do PSB informa que publicações sobre o assunto são 'opiniões
individuais'. Candidata derrotada se reúne com líderes do PSB-PE e com
integrantes da Rede Sustentabilidade nesta terça para definir alianças.
SÃO PAULO E RECIFE — Em meio a
discussão sobre o apoio para o segundo turno, a candidata derrotada à
Presidência Marina Silva (PSB) divulgou nota para afirmar que as publicações sobre
o assunto são “opiniões individuais”, e que sua posição sai na quinta-feira.
Marina se reuniu na tarde desta terça-feira com o governador eleito de
Pernambuco, Paulo Câmara, e com o prefeito de Recife, Geraldo Julio, ambos do
PSB. Na noite de hoje, Marina e integrantes da Rede Sustentabilidade, seu
partido, conversarão em São Paulo para definirem a posição no segundo turno.
Na nota divulgada hoje, a
assessoria da coligação da candidatura diz que “as opiniões individuais de cada
partido, dirigentes e lideranças políticas das agremiações neste momento de
construção devem ser respeitadas mas não refletem em nenhuma hipótese a opinião
da ex-candidata”. “Os partidos da Coligação promoverão até amanhã, dia 8 de
outubro, reuniões de suas instâncias deliberativas para definirem os pontos que
consideram relevantes para a formulação de posicionamento conjunto das legendas
aliadas. Na quinta-feira, dia 9, Marina Silva e as demais lideranças dos
partidos aliados participarão de encontro para construir um posicionamento
comum da Coligação sobre a continuidade da disputa pela Presidência da
República”, diz o texto.
Câmara e Julio, que se reúnem
hoje com a ex-senadora, eram afilhados políticos de Eduardo Campos, que morreu
num acidente aéreo no dia 13 de agosto. Na segunda-feira, o irmão de Campos,
Antonio Campos, já havia defendindo o apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo
turno da eleição presidencial. Também vão participar do encontro o senador
eleito por Pernambuco Fernando Bezerra Coelho. A executiva nacional do PSB se
reúne nesta quarta-feira para definir a posição da legenda.
A intenção de Câmara e Julio em
São Paulo é iniciar as costuras do PSB a uma das candidaturas do segundo turno.
O Presidente do Diretório Regional do partido, Sileno Guedes, que também viajou
com os líderes pernambucanos, afirmou que a viúva de Campos, Renata, permanece
no Recife sendo consultada das ações e decisões do partido pelo telefone.
Os socialistas passaram a manhã
em reuniões na capital paulista, para avaliar a aliança com o PSDB, e sondar os
estados onde os dois partidos são adversários no segundo turno, como ocorre no
Amapá e na Paraíba. Segundo uma fonte da Frente Popular de Pernambuco, a
situação de estados onde se registra aquela situação vai passar por “avaliação
cuidadosa”, e até a liberação das bases locais quanto ao voto para presidente
vem sendo analisada. O sentimento, tanto no PSB como entre os seguidores da
Rede Sustentabilidade, seria do apoio a Aécio Neves (PSDB), com o qual os
partidos teriam pontos convergentes, como o fim da reeleição. Nos bastidores
também se afirma que não há “clima” para uma aliança com a presidente e
candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), bombardeada pelos socialistas
durante toda a campanha eleitoral.
Em Pernambuco, pelo menos três
lideranças ligadas à Frente Popular já anunciaram individualmente apoio a
Aécio. Assim como o irmão de Eduardo Campos, o governador de Pernambuco, João
Lyra Filho antecipou-se à direção do partido, e logo após anunciado o resultado
do primeiro turno, no final da noite do domingo, liberou uma nota defendendo o
apoio do seu partido ao tucano.
- O Brasil enfrenta um momento
muito delicado em sua economia e, também, um esgarçamento no seu tecido
político. É fundamental lutarmos para o país voltar a crescer e uma indispensável
reforma política. Creio que Aécio Neves conquistou a condição de liderar esse
momento da política nacional, afirmou o atual governador, informando que
defenderia a tese “junto aos companheiros do Diretório Regional e do Nacional”.
Lyra Neto recorreu até as
ligações familiares, citando o avô do tucano:
- Aécio tem uma trajetória de
compromisso com a redemocratização do país, processo que o seu avô, Tancredo
Neves, teve papel decisivo, contando com a participação do meu irmão, Fernando
Lyra citou, referindo-se ao irmão, já falecido, que foi Ministro da Justiça
no governo José Sarney.
Embora não seja filiado ao PSB, o
Senador e deputado federal eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB, e membro da
coligação Frente Popular) também manifestou apoio a Aécio.
- O governo Dilma Rousseff
bagunçou as contas públicas, permitiu que a inflação voltasse a assombrar os
trabalhadores e é tolerante, conivente e até cúmplice da corrupção que hoje
toma conta de todas as esferas da administração federal, disse o senador, que
lembrou que apoiou “desde a primeira hora” a candidatura de Eduardo Campos e
que, com sua morte, defendeu a ascensão imediata de Marina Silva. Jarbas, como
Lyra, divulgou uma nota no domingo, após o fim da apuração.
O senador advertiu que “não podemos titubear nem nos dividir” e afirmou, em nota, que Aécio “demonstrou força e determinação para chegar no segundo turno” e que ele “representa a possibilidade real de virarmos a página de um ciclo que se esgotou, socialmente, economicamente e politicamente”. Um dos interlocutores mais próximos da ex- candidata Marina Silva, o pernambucano Sérgio Xavier afirmou que a tendência é também pelo apoio ao tucano:
- Se formos computar os votos de
Marina, Aécio e dos demais candidatos, chegaremos a conclusão que a maioria
optou pelas mudanças, e quem melhor encarna esse sentimento hoje é Aécio, disse
Xavier, que está na capital paulista aguardando os resultados das reuniões do
PSB de Pernambuco com lideranças nacionais do partido.
Fonte: Agência O Globo.
‘NOSSA OPINIÃO’.
- A que tudo indica o PSB, transparentemente é uma
linha auxiliar do PT, aqui no Ceará essa linha petista foi decisiva no 1º turno
para fortalecer Camilo. É evidente que MARINA encontra dificuldades para apoiar
AÉCIO. – O cenário atual é bem diferente ao de 2.010, quando MARINA, optou pela
neutralidade. No retorno ao seu partido em formação deverá referenciar a
contatos sem radicalismo. Se repetida a ação por parte de MARINA, seria enterrar de vez, a sua carreira política.
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