COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE.
Nobres:
É
deplorável o saldo do mais recente debate entre os candidatos à Presidência. Os
dois pretendentes ao mais alto cargo do país ofereceram aos eleitores e também
a adolescentes que ainda não votam um péssimo exemplo de conduta pública, até
parece que foram à escola do professor Ciro Gomes. Como de surpresa que ficou
para o telespectador, após o confronto transmitido pelo SBT, na quinta-feira, iniciado
pela atual presidente, foi demonstrado que não tem equilíbrio emocional para
comandar o país. Para a população, não há medida capaz de indicar que seria ela
mais conivente com a corrupção, com desmandos administrativos e com o
nepotismo. O eleitor “mais qualificado” (outro segmento, aplaude e ajuda nas
desmoralizações) o primeiro merece uma campanha mais elevada, em respeito à sua
capacidade de perceber que o destempero esconde a falta de seriedade na
apresentação de propostas. Sabia-se, por antecipação, pelo clima bélico que
caracteriza o segundo turno, que os debates seriam tensos. O confronto, no
entanto, foi muito além da tensão e terminou por repetir, entre pessoas
esclarecidas, boa parte do que é reproduzido nas redes sociais. As acusações,
mesmo que possam estar presentes nessas ocasiões, não podem ocupar todo o tempo
de um encontro promovido para o esclarecimento de posições. O bem da verdade, também
o opositor teve retaliações momentâneas para período transcorrente e também navegou
nas mesmas aguas “torrenciais” e sujas que desaguou no embate (e, ou combate). Em
todo o conteúdo das discussões, os programas, até agora não se apresentaram os esboços
precariamente formulados, ficam ofuscados por uma agressividade
características de discussões estudantis. Ao invés de receber subsídios que
possam resolver as grandes questões do país, o eleitor passa a testemunhar as
tentativas de desmonte de reputações. Sinteticamente, os candidatos se
transformam em protagonistas do rebaixamento do debate e da política como
expressão legítima da democracia. Assiste-se à perda de referências
moralizadoras da atividade pública, num momento em que deveria ocorrer o
contrário. Os políticos e os partidos, no ambiente único de uma eleição
presidencial, dedicam-se à desqualificação da própria atividade e oferecem mais
razões aos que passam a desacreditar do atual modelo de representação e nas
instituições. Para conter esse vale-tudo, quando ainda falta uma semana para o
pleito e pelo menos dois debates televisivos, seria oportuno que as lideranças
partidárias mais sensatas propusessem um acordo de civilidade e de elevação do
nível de um debate até agora deseducador. Nossa como o Brasil prima pela
desmoralização.
Antônio Scarcela Jorge.
Eu detesto blog tendenciosa. Prefiro que assuma a posição. Acho ridículo essa suposta moralização.Ambos candidatos têm e tiveram um má conduta.
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