País chega dividido no segundo turno após 111 dias de campanha marcada
por reviravoltas.
O Brasil vai às urnas divididas
neste domingo. Depois de 111 dias de campanha eleitoral, marcada por
reviravoltas nas pesquisas e a morte de Eduardo Campos (PSB), Aécio Neves
(PSDB) e Dilma Rousseff (PT) agora só podem esperar pela escolha da maioria do
eleitorado. Das 8h às 17h, 142,8 milhões de brasileiros vão decidir quem será o
próximo presidente da República. No primeiro turno, excluindo os votos brancos
e nulos, a candidata petista teve 41,6% da preferência (43,2 milhões de votos),
contra 33,6% do tucano (34,8 milhões de votos). A votação surpreendeu, já que a
candidata do PSB, Marina Silva, que aparecia empatada tecnicamente com Aécio,
ficou em terceiro lugar, com 21,3% da preferência (22,1 milhões de votos).
Para o segundo turno, as últimas
pesquisas divulgadas ontem mostraram que o brasileiro deverá ter que esperar
até o último minuto para saber quem assumirá o país em janeiro de 2015. Diante
dos novos números, aumentou ainda mais a dúvida na preferência entre a petista Dilma
Rousseff e o tucano Aécio Neves. Uma redução na diferença das intenções de voto
embolou novamente o cenário eleitoral. No Ibope, a petista continua na
liderança, mas a vantagem, que era de oito pontos percentuais na quinta-feira
passada, caiu para seis. No Datafolha, que voltou a indicar empate técnico, a distância entre os
presidenciáveis passou de seis para quatro pontos. Enquanto o Ibope registrou 49% para Dilma e 43% para Aécio, no Datafolha a petista
apareceu com 46% e o tucano, 43% das intenções.
A expectativa é que o resultado
da eleição para presidente seja anunciado por volta das 20h. O horário de verão vai atrasar o início da divulgação da apuração dos
votos. A previsão do Tribunal Superior Eleitoral é que seja concluída às 19h30
do horário de Brasília, mas a divulgação do resultado só vai acontecer depois
das 20h por causa da votação no Acre, que só acabará às 20h (17h do horário
local).
Além da disputa presidencial, 13
estados e o Distrito Federal escolhem hoje os governadores. No Rio de Janeiro,
Luiz Fernando Pezão (PMDB) enfrenta Marcelo Crivella (PRB), que superou a
candidatura de Anthony Garotinho (PR) e ficou em segundo lugar no primeiro turno,
contrariando as pesquisas eleitorais.
Aécio conseguiu amplo arco de
alianças para enfrentar Dilma no segundo turno e comparou a união de candidatos
derrotados no primeiro turno com a frente liderada por seu avô, Tancredo Neves,
durante a redemocratização do país. Além dos nanicos, como Pastor Everaldo
(PSC), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB), também ganhou o apoio de
Marina Silva (PSB).
A presidente Dilma Rousseff
manteve o apoio de nove partidos da coligação feita antes do primeiro turno.
BAIXARIA E REAÇÃO DO TSE
Após ataques durante o horário
eleitoral no rádio e na TV e a troca de acusações em debate do SBT, com
denúncias de nepotismo entre Dilma e Aécio, o TSE proibiu a veiculação de
gravações que não fossem propositivas.
O tribunal muda sua jurisprudência
para estabelecer que, em programas eleitorais gratuitos, as propagandas devem
ser programáticas e propositivas, mesmo com embates duros, em relação às
candidaturas do segundo turno, disse o presidente da Corte, Dias Toffoli, no
dia 16 de outubro.
Embora o TSE tenha levantado a
questão e adiantado julgamentos para não prejudicar a igualdade de condições
entre as candidaturas, o clima eleitoral não arrefeceu. Nas ruas, de ambas as campanhas.
A disputa mais acirrada desde
1989 teve a primeira reviravolta no dia 13 de agosto, quando o jato que partiu
do Rio de Janeiro e levava o então candidato do PSB, Eduardo Campos, caiu em
Santos após arremeter ao tentar pousar no aeroporto. Após a morte do então
candidato e a comoção causada pela tragédia, Marina Silva assumiu a cabeça de
chapa e passou a liderar as pesquisas de intenção de voto. Desidratada após
campanha de desconstrução do PT e recuos em relação ao programa de governo,
Marina entrou em queda livre. No primeiro turno, a decisão dos brasileiros
contrariou as pesquisas eleitorais das semanas anteriores ao dia 5 de outubro,
que indicavam uma disputa entre a candidata do PSB e Dilma Rousseff. No início
do segundo turno, Aécio aparecia numericamente à frente nos levantamentos de
Ibope e Datafolha. Dilma, no entanto, recuperou a dianteira e descolou-se do
candidato do PSDB.
Fonte: Agência O Globo.
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