FIM DE CAMPANHA.
ÚLTIMO DEBATE RETOMA CASO PETROBRAS.
Aécio Neves usou denúncia de 'Veja' para abrir o último embate na televisão
com a petista Dilma Rousseff.
São Paulo Tema que
permeou toda a campanha presidencial, o suposto caso de corrupção na Petrobras
foi um dos pontos principais do debate de ontem entre Dilma Rousseff (PT) e
Aécio Neves (PSDB) na TV Globo, o último antes das eleições de amanhã. Os dois
candidatos voltaram a travar um embate acirrado, em que a troca de acusações se
sobrepôs à apresentação de propostas.
Em uma postura clara de ataque
devido à desvantagem nas pesquisas, o tucano acusou a rival de patrocinar a
"mais sórdida das campanhas eleitorais". Ele também rebateu a
afirmação da adversária de que irá acabar com programas sociais.
Até o mensalão do PT e o mensalão
tucano, escândalos envolvendo cada um dos dois partidos da disputa
presidencial, foram abordados. Dilma voltou a martelar um de seus motes, o de
que os tucanos varreram escândalos para debaixo do tapete quando governaram o
país (1995-2002).
Também levou ao debate a crise de
abastecimento de água em São Paulo, comandado pelos tucanos, afirmando ser uma
"vergonha" a "falta de planejamento do Estado mais rico do
país". Dilma chegou a citar o humorista José Simão, que disse que, graças
ao governo tucano, os paulistas precisariam do programa Meu banho, Minha Vida.
O debate da TV Globo - o quarto
deste segundo turno e o nono de toda a eleição presidencial - foi realizado um
dia depois de as pesquisas Datafolha e Ibope mostrarem Dilma com vantagem
numérica e fora da margem de erro sobre Aécio.
Petrobras
Já na primeira pergunta do
debate, o tucano abordou as suspeitas de irregularidade na estatal do petróleo.
"A senhora sabia, candidata, da corrupção na Petrobras?" Segundo a
revista, o doleiro Alberto Youssef disse em depoimento à Polícia Federal e ao
Ministério Público Federal, que Dilma e o ex-presidente Lula tinham
conhecimento do esquema de desvio de dinheiro na estatal Petrobras.
Dilma afirmou que
"Veja" faz "uma calúnia e uma difamação" a ela. "A
revista 'Veja' não apresenta nenhuma prova do que faz. Eu manifesto aqui a
minha inteira indignação. Essa revista tem o hábito de, ao final das campanhas,
tentar dar um golpe eleitoral", disse a presidente. "O povo não é
bobo, o povo é sábio. Eu irei à Justiça para defender-me", afirmou.
Indecisos
No segundo bloco do debate,
eleitores indecisos questionaram Dilma e Aécio sobre fator previdenciário,
moradia, educação e corrupção. Temas como crescimento da economia e criação de
emprego, inflação e financiamento público de campanha também foram abordados.
Na questão da corrupção, Dilma
voltou a defender leis que endureçam para punir envolvidos e funcionários públicos
que enriquecem sem conseguir explicar a origem do dinheiro.
Aécio, por sua vez, disse que não
houve preocupação do PT para que leis mais rígidas fossem criadas para combater
os corruptos e os corruptores. "Propostas (sobre combate à corrupção) estavam
em tramitação do Congresso Nacional nesses anos. Não houve preocupação do PT no
combate", disse Aécio.
Dilma rebateu dizendo que o PSDB
engavetou denúncias de corrupção durante a gestão tucana. "Quem fala é o
representante do partido que tinha uma prática de engavetar todas as
investigações. De deputado, senador e ministro. Foram todos soltos",
apontou Dilma.
Cearense no debate
Uma das perguntas feitas ao
candidato tucano foi lida pela economista cearense Elisabete Timbó, de 55 anos.
Ela questionou que políticas
públicas serão adotadas para gerar empregos para "pessoas maduras" e
qualificadas que estão fora do mercado de trabalho. O tucano disse que é
preciso que o Brasil volte a crescer para que sejam geradas novas vagas para
profissionais qualificados.
Último programa
No último programa eleitoral na
TV, o PSDB utilizou trechos da matéria da Veja sobre a Petrobras. Por sua vez,
a campanha do PT recorreu a atores para rebater as acusações. "Não há
nenhuma prova do que a revista diz", declarou um dos atores.
Fonte: Reuters.
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