COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE.
TEMOS QUE RECONSTRUIR A MORAL DA NAÇÃO.
Nobres:
Estamos a dois dias das eleições
presidenciais a realizar-se-á no próximo domingo, esse pleito eleitoral
considerada a mais disputada das últimas décadas, reservam um desafio concreto
e imediato para quem conquistar mais votos: o de pacificar o país, buscando uma
conciliação para assegurar a governabilidade. Isso significa que, além de unir
dois polos de eleitores divididos hoje por argumentos defendidos de forma
passional, quem vencer nas urnas precisará conquistar maioria no Congresso. Sem
isso, será difícil aprovar reformas que se mostraram ainda mais inadiáveis
depois dessa campanha acirrada, como a política, além de garantir as condições
para a retomada imediata do crescimento. Um aspecto a ser considerado desde já
é que, tradicionalmente, os mesmos eleitores que apontam quem querem ver no
comando do país nem sempre lhe conferem maioria automática no Legislativo. O
complicador, a partir da futura legislatura, é que, das 28 agremiações com
representação no Congresso, 18 não são ligadas diretamente nem a Aécio Neves
(PSDB), nem a Dilma Rousseff (PT), os dois candidatos que disputam o Planalto.
E esses parlamentares, definidos como do “centrão”, se fortaleceram
numericamente em 5 de outubro. Quem se eleger presidente no domingo precisará
unir eleitores em conflito por pretensões divergentes e conquistar apoio num
Congresso dividido. A questão é que, depois dos protestos de rua e de uma campanha
acirrada como a que se aproxima do fim, essa harmonização não poderá ser
buscada com base em práticas como o toma lá dá cá. Além das chagas, inevitáveis
numa disputa como a atual, a campanha eleitoral que se aproxima do final
precisa dar margem também a uma mudança radical na forma de fazer política. O
jogo do poder, normalmente pesado numa democracia como a brasileira, na qual os
partidos estão geralmente mais voltados para interesses fisiológicos do que
para os do bem comum, não pode continuar dando margem à corrupção desenfreada. O
país precisa enfrentar de imediato as razões que mantêm hoje a inflação
elevada, a atividade econômica sem crescimento e o nível de emprego ameaçado. A
urgência em relação a esses desafios exige que, depois de computados os votos,
haja uma demonstração de maturidade tanto da parte dos eleitores quanto de seus
representantes no Congresso, que momentaneamente se comungam em termos de precocidade.
Antônio Scarcela Jorge.
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