Senadora teria recebido R$ 1 milhão do ex-diretor da estatal Paulo
Roberto Costa.
BRASÍLIA - Líderes da oposição
partiram para o ataque contra a senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR),
após as denúncias publicadas neste domingo que envolve seu nome nos depoimentos
do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O líder do Solidariedade na
Câmara, o deputado paranaense Fernando Franceschini informou hoje que vai
apresentar um requerimento com o objetivo de convocar a senadora para que ela
deponha na CPI mista da Petrobras no Congresso
Outros nomes da oposição, como o
líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), e o deputado Rubens Bueno
(PPS-PR), também avaliam chamar a senadora para depor.
Fernando Franceschini quer que
Gleisi dê explicações sobre a denúncia de que teria recebido R$ 1 milhão do
ex-diretor da estatal. Segundo o jornal "O Estado de S.Paulo", a
informação partiu do próprio Paulo Roberto Costa, que participa de um processo
de delação premiada. O dinheiro teria sido desviado da Petrobras para financiar
a campanha de Gleisi, que tentava uma vaga ao Senado em 2010.
Segundo Franceschini, está claro
agora por que Gleisi tentou retardar a instalação da CPI que investiga
irregularidades na estatal.
“No dia em que Renan Calheiros
(presidente do Senado), outro citado pelo Paulo Roberto Costa, ia instalar a
comissão a Senadora Gleisi fez uma questão de ordem alegando ‘fatos
desconexos’, o que atrasou ainda mais a instalação. Escalaram ainda Gleisi para
apresentar ações judiciais no STF contra a instalação da CPMI da Petrobras.
Agora está explicado o motivo pelo qual a presidente Dilma Roussef e a senadora
Gleisi Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil da Presidência da República, lutaram
tanto para impedir a abertura da CPMI da Petrobras", informou Francischini
por meio da assessoria de imprensa.
Já Antonio Imbassahy (PSDB-BA),
também avaliam chamar Gleisi para depor na CPI. Ele disse já ter conversado com
o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PPS-PR), sobre o assunto. Mas Imbassahy
mostra dúvidas sobre a viabilidade de conseguir convocá-la.
- É um fato grave, porque ela
exerceu um cargo importante. A função era da mais íntima relação e confiança,
na antessala da presidente da República. O que ela está dizendo não é
suficiente para isentá-la. Estamos pensando, vamos discutir na segunda-feira com
mais líderes de oposição, convocá-la para que deponha na CPI — disse Imbassahy,
acrescentando: — Eu acho que conseguir uma aprovação é difícil, porque a
maioria dos governistas (na CPI) é esmagadora, e está mais que claro que operam
sob orientação do Palácio do Planalto para não deixar investigar.
A reportagem diz que o ex-diretor
da Petrobras recebeu um pedido do doleiro Alberto Youssef para “ajudar na
candidatura de Gleisi”. Ele ainda afirmou que Paulo Bernardo, ministro das
Comunicações e marido da senadora, teria recebido o dinheiro. Segundo o
depoimento de Costa, o repasse de R$ 1 milhão para a campanha seria comprovado
através das anotações que ele mesmo fez em sua agenda pessoal, apreendida pela
Polícia Federal no dia 20 de março, três dias depois de deflagrada a operação
Lava Jato.
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