COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE.
A TRADIÇÃO DA CONTRAFAÇÃO NO PAÍS.
Nobres:
Finalmente hoje chegou o dia das
eleições presidenciais em seu segundo turno. Poderíamos tirar lições diante de
um cotidiano cívico para impor maturidade, completamente destorcida, tanto que,
pelo eleitor em sua maioria, acentuamos, de variados segmentos da nossa
cultura, desde os analfabetos das letras e o analfabeto funcional, (os de
ensino acadêmico – ou por ignorância e ou interesseiros comuns). Estimo a
antevisão natural em decorrência dos tempos, teremos que corrigir isto, por
questão de sobrevivência institucional. Enquanto vigorar um sistema que conjuga
deformações institucionalizadas entre as quais alianças partidárias aberrantes
para sustentar o presidencialismo de coalizão, loteamento da administração
pública como compensação para o apoio político, financiamento de campanhas
políticas por empresas que fazem negócios com o governo e proliferação
desenfreada de partidos sem qualquer identidade programática todos os discursos
moralizadores serão inconsequentes. Superada a campanha eleitoral, que foi
apontada como uma das mais agressivas da história republicana, o país tem que
parar para refletir e para repensar o seu fazer político. Parcela significativa
da população brasileira sai desse momento triste verdadeiramente enojada com a
política, tal foi o festival de acusações, denúncia e ofensa entre os
candidatos nos espaços públicos e entre os eleitores nas redes sociais. - Foi
este um somatório infame, alias, para que tem ainda “vergonha na cara”. - A
chamada estratégia da desconstrução acabou desconstruindo um pouco mais a
confiança do povo nos seus representantes. Como alterar esse estado de coisas?
Já está evidente que não basta defender e sonhar com a esperada reforma
política, que não vem nunca porque os beneficiários do atual sistema são os
primeiros a boicotá-la no Congresso. Constituinte exclusiva, como querem
algumas lideranças respeitáveis, é uma alternativa tão anômala, que implica
riscos à democracia. Então, não resta outra saída a não ser a aplicação
rigorosa da legislação já existente para punir infratores e a criação de novos
mecanismos preventivos que aumentem a transparência na administração pública. Corrupção
se combate com o exercício diário e permanente da ética. Simples assim, desde
que se convencione que não há ética pela metade, nem ética exclusiva e muito
menos ética adaptada ao gosto de quem ocupa o poder. Entretanto os políticos não foram capazes de
reconhecer que o modelo político do país, que eles próprios fazem questão de
manter inalterado, é o principal fator gerador da corrupção.
Antônio Scarcela Jorge.
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