COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE.
Nobres:
“Muito se discursa” em especial em período eleitoral
como o que hoje convivemos, a importância da necessidade de se votar de forma
consciente. O tal “voto consciente” seria o elemento-chave de uma democracia e,
no caso do Brasil, o instrumento redentor de nosso combalido e desacreditado
sistema político. Se ao menos o eleitor votasse de forma consciente, todos os
males da nossa política serão extirpados e nos tornaremos um país desenvolvido.
Mas consciente exatamente “de quê”? - Para determinadas pessoas, votar
consciente significa estar bem informado sobre os candidatos, suas promessas,
históricos e até os seus atos de enganar (será que engana ou é, o povo que
compartilha com o político e se está ao lado e ou é cidadão/bandido) Partindo
daí, seria apenas uma questão de comparar projetos e perfis políticos para se tiver
um voto “consciente”. Mas será isso o suficiente para um voto verdadeiramente
consciente? Entendemos que não. - O voto consciente passa necessariamente pela
compreensão das limitações do poder dos políticos e do Estado. Mas faz-se
necessário apenas de saber das funções e competências de cada cargo em disputa,
mas, sim, de compreender o perigo que o governante ou o legislador pode nos
dar. Além disso, é um completo devaneio acreditar que realmente nos tornaremos
uma sociedade mais desenvolvida, próspera e justa simplesmente delegando a eles
atribuições e responsabilidades que cabem a nós como indivíduos e como
comunidade/sociedade civil. Enquanto a maior parte da população continuar vendo
o Estado como um meio de viver à custa dos demais (ignorando que é ele quem
vive à custa de todo mundo), seguiremos nos frustrando com a política. Nossa
política é dominada pela lógica de que ganha quem promete mais “direito” e
benesses com chapéu alheio. “Não devemos esperar senão duas coisas do Estado: -
liberdade e segurança -, tendo bem claro que não se poderia perder uma terceira
coisa, sob o risco de perder as outras duas”. O que nos transparece é que a
fundamentação em espécie está sendo a “moeda corrente” de troca, compra e venda
de consciências, não tem sido um passo fundamental para o voto consciente de
verdade. Pobre povão brasileiro!
Antônio
Scarcela Jorge.
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