COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE.
O ESTOQUE
DA DESAFETAÇÃO.
Nobres:
Segundo
os ideólogos petistas atribuem ao contexto eleitoral em que estão sendo
divulgadas, as gravações dos depoimentos dos chamados delatores do esquema
Petrobras o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, merecem
a atenção dos brasileiros, pois confirmam não apenas o loteamento político da
estatal como também o desvio sistemático de recursos para os partidos que se
apropriaram de parte da administração pública. As informações dos beneficiários
da delação premiada revelam um organizado esquema de corrupção, com empresas
formando um cartel para superfaturar contratos com a Petrobras e pagando
propinas em dinheiro vivo para os políticos ocupantes das diretorias da
estatal, tudo com a anuência do governo, que afinal é o responsável pela
distribuição de cargos. O aparelhamento político de empresas públicas é duplamente danoso para o país,
pois compromete a eficiência dessas organizações e abre caminho para as
fraudes. Corruptos e corruptores se valem do despreparo e da frouxidão moral
destes dirigentes políticos para sugar recursos do povo brasileiro, sob o olhar
cúmplice de governantes que colocam seus projetos de poder acima dos interesses
do país. Tal deformação não é exclusividade do atual governo, embora tenha
assumido proporções absurdas nas últimas administrações. Por isso,
independentemente de quem a população brasileira escolher para comandar o país
pelo próximo mandato, o eleito deve assumir o compromisso de desinfetar a
administração federal e as estatais desta praga chamada corrupção. Também está
mais do que na hora de uma reação contra os financiadores do propinoduto, que
só pensam nos seus interesses e se submetem ao jogo sujo dos contratos
condicionados ao pagamento de percentagens a políticos. Claro que os maiores
responsáveis são os homens públicos que traem a confiança dos eleitores, mas
quem forma cartel e superfatura obras e serviços também não pode alegar
inocência. Nenhum governante tem o direito de se apropriar do Estado e muito
menos de dividir a administração pública entre amigos e apoiadores para
sustentar seu projeto de poder. Num regime democrático, o Estado pertence ao
povo e cabe a cada cidadão, pelo voto, escolher quem tem idoneidade para
receber a concessão temporária da administração. Esta tese é condicionada a
fatores que divergem da falta de conhecimento, maturidade, na maioria do
eleitorado brasileiro.
Antônio
Scarcela Jorge.
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