COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE.
REUNIÃO DE FORÇAS.
Nobres:
A readaptação de
forças acendida pela disputa do segundo turno desafia os partidos, os
candidatos e o país a compreender o real significado da convivência de
afinidades e diferenças em uma democracia. É agora que a disputa provoca
mobilizações em busca de convergências entre vitoriosos e ex-rivais derrotados
no primeiro turno. Evidenciam-se, nas tentativas de apoio, para que o lastro
político seja ampliado, não só as conversas francas em torno de programas e
ideais, mas também as aproximações oportunistas. O eleitor deve estar alerta para
as negociações apenas circunstanciais. Baixando o setor como aconteceu aqui em
Nova-Russas, que sistematicamente praticam um modelo nojento e compartilhado a
necessidade do povo deste torrão sempre a cada eleição, e qual seja for, atuam sem
a menor coerência programática, porque essas não representam movimentos
naturais da política e da ocupação de espaços no setor público. Existem sim,
outros aspectos do conhecimento de todos, mas de difícil e ou não se posicionam para comprovar. É vergonho, mas expressa a verdade! - Voltando ao
plano nacional se requere a rearticulação em torno dos projetos vitoriosos na
primeira etapa da eleição faz parte da lógica de qualquer enfrentamento
democrático. É assim que os partidos procuram conquistar votos e formar bases
de apoio nos legislativos, com vistas ao que pretendem realizar no poder. Nesse
contexto, são politicamente ingênuos os que almejam governos construídos em
torno de pretensas purezas de propósitos e ideologias. O Brasil tem exemplos
relativamente recentes de fracassos de governantes que, ludibriados pela
soberba, tentaram administrar sem o suporte de aliados e fracassaram. O cenário
oposto, em que tudo se negocia em nome da governabilidade, é mais danoso para
todos. Não são raros os casos em que, sob o pretexto da viabilização de
ambições e projetos, governos foram loteados, com a propagação de mais clientelismo,
desperdício e corrupção. A tentação é grande, num ambiente inflacionado pelo
excesso de 32 partidos, que transforma a política num mercado de trocas e
conchavos. Intensifica-se agora, com o afunilamento da disputa, o escambo de
apoios e cargos em futuros governos. A incoerência é tanta que muitos
adversários ou aliados, em nível federal, invertem suas posições nas disputais
regionais. Aproximam-se ou distanciam-se como se a política tivesse assumido,
sem culpas, os defeitos de uma atividade propícia a negociatas. O eleitor
espera que, nas eleições para a Presidência e nos Estados que ainda não
definiram seus governadores, os acordos sejam articulados em torno de ideias
efetivamente relevantes e com transparência. O esforço pela conquista do poder
não pode se resumir a barganhas motivadas pelo rateio da administração pública.
O segundo turno, mais do que o primeiro, é o momento para que partidos e
candidatos coloquem à prova as virtudes do diálogo e da formação de alianças
autênticas nas democracias e não de negociatas.
Antônio Scarcela
Jorge.
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