quarta-feira, 13 de novembro de 2013

PEC DO ORÇAMENTO

 SENADO APROVA PEC DO ORÇAMENTO IMPOSITIVO; TEXTO VAI À CÂMARA.
Senadores concluíram votação em dois turnos da proposta.
PEC obriga governo a pagar emenda ao Orçamento feita por parlamentar.

O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (6) em dois turnos a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do chamado Orçamento Impositivo, que obriga o governo a liberar verbas para despesas inseridas por deputados e senadores no Orçamento da União, as emendas parlamentares individuais. Para entrar em vigor, a matéria ainda terá de ser votada pela Câmara dos Deputados e depois promulgada. - O texto, aprovado por 51 votos a 8, tem como principal novidade a obrigatoriedade do pagamento das emendas parlamentares individuais, que geralmente são direcionadas para os redutos eleitorais de senadores e deputados. - A Lei Orçamentária (que prevê receitas e despesas do governo federal), da forma como é hoje, autoriza despesas decorrentes das emendas, mas não impõe a liberação dos recursos. Por isso, o governo pode cumprir ou não gastos que não são obrigatórios. A PEC do Orçamento Impositivo também determina que 50% das emendas parlamentares sejam destinadas para a área da saúde. O governo teve que negociar esse percentual com os deputados, que queriam vinculação menor, de 40%. Em troca, o Planalto aceitou aumentar o valor das emendas parlamentares previsto pela PEC. - Ficou decidido que o governo será obrigado a pagar em emendas o valor correspondente à  1,2% da Receita Corrente Líquida da União (soma do que o governo arrecada, descontados repasses para Estados e municípios), o que deverá totalizar, segundo cálculos do governo, R$ 8,1 bilhões ao ano. - Atualmente, cada parlamentar pode indicar até R$ 15 milhões em emendas, que não são necessariamente liberadas. Com o orçamento impositivo, cada um terá direito a um valor menor (R$ 13,8 milhões), mas com liberação garantida. - O texto aprovado pelos senadores foi negociado com o governo e com lideranças da Câmara. A intenção é fazer com que passe pelos dois turnos de votação na Câmara dos Deputados sem sofrer alterações. Caso contrário, terá de retornar para a análise do Senado. O texto que havia sido aprovado pelos deputados em agosto não reservava nenhum percentual das emendas para a área da saúde. - Todos nós defendemos mais recurso para a saúde. “O importante é saber se esses recursos têm fonte orçamentária viável, segura, para que nós possamos aqui estar apresentando uma emenda que não represente um cheque sem fundo.” - Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado.
GASTO MÍNIMO EM SAÚDE
A PEC do Orçamento Impositivo também fixa em 15% o percentual mínimo da receita corrente líquida que a União terá que destinar à saúde até 2018. Atualmente, a União é obrigada a aplicar na área o montante do ano anterior somado à variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB). Os estados devem destinar 12% de sua receita tributária e os municípios, 15%. - Pela proposta do Orçamento Impositivo, até 2018 o governo deverá aplicar 15% da Receita Corrente Líquida para a saúde de forma escalonada. Dentro desse montante, estarão verbas das emendas parlamentares, recursos dos royalties do pré-sal e os repasses do tesouro. Segundo o relator Eduardo Braga (PMDB-AM), o percentual representará R$ 64 bilhões ao final de cinco anos.

PERCENTUAL MAIOR NÃO PASSA

Durante a votação, alguns senadores tentaram aumentar de 15% para 18% o percentual da Receita Corrente Líquida que a União ficará obrigada a aplicar em saúde. Foi o caso do paraibano Cícero Lucena (PSDB), que apresentou uma emenda sobre o assunto. - Segundo o tucano, com o escalonamento aprovado, o governo aplicará valor inferior ao já destinado para a área em 2012. “Isso é manipulação de informação, é querer enganar o povo que tanto está precisando de saúde”, disse durante votação em primeiro turno nesta terça. - “Hoje, é mais uma demonstração clara de que o Senado da República não cumpre com suas prerrogativas, não respeita os interesses dos entes federados que aqui deveriam estar pautados.” - Aécio Neves, senador (PSDB-MG) - A proposta, que também diminuía de cinco para quatro anos o prazo que o governo teria para alcançar o percentual de 18%, obteve 34 votos favoráveis e 23 contra, mas acabou rejeitada porque não alcançou o mínimo de votos necessários para emendas constitucionais (49).

- TODOS NÓS DEFENDEMOS MAIS RECURSO PARA A SAÚDE

“O importante é saber se esses recursos têm fonte orçamentária viável, segura, para que nós possamos aqui estar apresentando uma emenda que não represente um cheque sem fundo”, disse o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM) ao pedir pela rejeição da emenda de Lucena. - O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB e possível candidato à Presidência da República em 2014, criticou o percentual de 15%. Segundo ele, o senado sucumbiu à “mão pesada” do governo. - “Hoje, é mais uma demonstração clara de que o Senado da República não cumpre com sua prerrogativas, não respeita os interesses dos entes federados que aqui deveriam estar pautados”, disse o tucano.
Fonte: Agência Senado.




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