sexta-feira, 15 de novembro de 2013

CONTERRÂNEO - OPINIÃO/CRONICAS E POESIAS

CARLOS AZEVEDO PONTES.

MEU PAI – SEU NOME É MANOEL


Seu nome não é Emanuel, é mesmo só Manoel. É assim que sempre o tivemos, um pai, um homem simples conosco.

Manoel, para mim a sua história, eu a concebo assim, Manoel:
Manoel miúdo, Manoel pequeno, Manoel das grandes lutas, das quedas e delas, a da centenária tamarindo; Manoel do ferro quente que o transforma no Manoel da asma, Manoel de noites, noites e noites indormidas; do Manoel da escola da vida: da enxada, foice ao martelo, do jumento, do burro, do cavalo, Manoel do comboio, Manoel da cangalha, do surrão, do jacá, Manoel da oiticica, algodão e feijão, Manoel da croa, do capim, Manoel da madeira, Manoel da cerca, Manoel do leite, Manoel do queijo.

Ainda posso dizer muito mais: o seu batismo da vida foi nas coisas da terra. Nela plantou, nela colheu, delas comprou, comprou e não praticou vendê-las. Não o chamarei de Manoel minhoca. Deixo isso para D. Toinha, que vez e outra assim sussurrava ou mesmo até resmungava.

A vida me faz reportar do Manoel da vida e do Manoel dos amigos, pois de inimigos, na reta final, se os teve ficaram comendo da poeira da vida, pois a paciência, o tempo resolve os maiores entraves da vida.

Manoel dos amigos, gente de nome comum: Antônio, José, Luís, Pedro. Manoel dos amigos de A a Z. Com eles, as lembranças das pilhérias, das conversas de boi acordado e de boi dormir, das mulheres dos outros e nunca das costelas de casa.

Manoel dos amigos humildes, dos mais ilustres, do Manoel que sempre soube entrar e soube sair.

Do Manoel da família? Manoel do trabalho, do Manoel sem férias, do Manoel intenso, com lenço e com documento, Manoel do rumo certo, do rumo da fé. Manoel da família? É o Manoel sem mordomo ou mordomia, foi o Manoel do sacrifício. É o Manoel dos filhos, de bem com a vida, afinal não se deve ver o queijo e não o buraco do queijo?

E que mais dizer desse Manoel? Manoel do fruto, Manoel da terceira idade, Manoel dos velhos, Manoel das crianças, Manoel dos válidos ou inválidos, Manoel até daqueles que da música querem estudar e dela até mesmo se fartar.
És o Manoel completo? Ainda não: és o Manoel dos livros, dos filhos e das árvores e para completar mesmo, é o Manoel da fé.

Quero falar por último do Manoel da saudade, do Manoel da D. Toinha, dos seus filhos, filhas e não sei quantos netos, Manoel da unanimidade, pois todos queriam estar do seu lado, com o Manoel do Brasil, nesse seu dia, pois não és de 22 de abril?

E estico um tiquinho, um tiquinho mais. Manoel da linha e do fim da linha. Manoel do gostinho de quero mais.

Do Manoel do marco 82, quero ou queremos dizer: fica um tiquinho mais ou mesmo, até bem mais.

Abraços, Manoel dos tais: filhos, netos, amigos, fulanos e beltranos.
te amo, te amamos.


Manaus/Amazonas, 22 de abril de 2002.


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                   Carlos Azevedo Pontes

Em tempo: Ele nos deixou em 20/12/2011 às 18:00 horas – Saudades!


        VALDERY

Valente, decidido nas ações
Amigo em todas as horas
Leal na família
Dedicado pai até de 04 gêmeos
Eleito e feito grande pai de família
Rir dos seus dias futuros
Ypiranga de muitas alegrias na família

Sds com Dilma 13 no domingo

Carlos Pontes.

Nova, nova, Nova-Russas no meu coração
Oitava maravilha no meu pensamento
Vai e vem, estou aí contigo
Amada fostes, és e serás de tantos e de mim também

Ruas, ruas, as tuas, largas ou não, gosto de nelas andar
Una, única cidade que considero a minha, as outras são outras
Seus filhos e eu, nós, uma grande família
Sonatas, sons das tuas crianças me fascinam
Andantes são teus filhos, saudosos querem sempre voltar
Salas, escolas, educação, aí sim foram meus primeiros passos, obrigado.

Carlos Pontes.

*Carlos Azevedo Pontes – novarrussense residente em Manaus – AM - Engenheiro Civil – (Renomado na região norte do país)
- foi meu colega de classe - estudamos no Educandário João De La Salle – do professor José Odete Albuquerque, nos anos sessenta-.  

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