sábado, 23 de novembro de 2013

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 23 DE NOVEMBRO DE 2013

COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE.

DEMONSTRATIVO ESSENCIAL DA DEMOCRACIA

Nobres:
O presente caso de ampla repercussão do qual chamou atenção das nações internacionais relacionado com a prisão dos condenados no mensalão ainda provoca intenso debate no país: parte significativa da população vê a medida como um golpe na impunidade, pois, pela primeira vez, estão sendo mandadas para a cadeia pessoas poderosas, políticos influentes, banqueiros e empresários que se envolveram em corrupção; outra parcela, formada especialmente por militantes e simpatizantes do PT, continua inconformada com o que considera um julgamento político, feito açodadamente e sem provas suficientes, com o propósito de incriminar integrantes do partido que está no poder. Nos dois lados há gente com posições extremadas, desde aqueles que gostariam de ver simples suspeitos condenados à morte até aqueles que colocam seus correligionários e amigos acima do bem e do mal. Temos posições claras sobre essa polêmica. Em primeiro lugar, é impositivo que se descarte o extremismo de ambos os lados. Justiçamento não é Justiça e as penas aplicadas aos condenados no país têm que seguir estritamente o que prevê a legislação. Mas em hipótese alguma alguém pode ficar acima da lei, independentemente de seu histórico de vida ou de sua proximidade com o poder. Considerando-se essas premissas, o julgamento dos mensaleiros foi justo, democrático, transparente e atendeu às expectativas da nação. As instituições cumpriram suas atribuições, os réus tiveram amplo direito de defesa e o país pôde acompanhar cada passo do processo, assim como agora acompanha a execução das sentenças. É absolutamente compreensível que os condenados recebam a solidariedade de familiares, amigos e simpatizantes, como também é aceitável que essas pessoas continuem acreditando na inocência de seus parentes e correligionários. Mas daí a levantar suspeitas de ilegalidade e de arbítrio por parte do Judiciário, como fez o diretório nacional do PT em recente nota oficial, vai uma distância quilométrica. Não se vislumbra no julgamento e na prisão dos condenados qualquer ameaça ao Estado democrático de direito, como sugere o manifesto partidário. Que julgamento de exceção seria este se foi feito por magistrados independentes (a maioria indicada por presidentes do próprio partido), com ampla divulgação da imprensa e sob o olhar atento de todo o país? Os petistas inconformados fariam melhor se substituíssem esse maniqueísmo anacrônico por posições mais realistas. O que cabe, agora, é exigir que a Corte Suprema apreciasse com a mesma atenção e o mesmo rigor outros casos de corrupção política pendente, entre os quais o episódio de Minas Gerais que ficou conhecido como mensalão tucano. Aos brasileiros, interessa acima de tudo que seus representantes nos governos e na administração pública em geral sejam honestos e comprometidos com o bem público, independentemente da coloração partidária que escolheram para o exercício da política é que se espera consequentemente inovar novo conceito que certamente estimará a nação.  
Antônio Scarcela Jorge.

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