COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.
CONTEMPORIZAR DIANTE DA RAZÃO.
Nobres:
O
País torna-se por eloquência os costumes e a cultura de um povo que se torna
imutável e que absurdos se tornam normativo e de melindres quando não é absorvido
por um segmento. Um dos acontecimentos de notabilidade criaram divergências
entre a presidente Dilma Rousseff e o Tribunal de Contas da União (TCU) em
relação à paralisação de uma série de projetos do setor público por indícios de
irregularidades chamam a atenção para um problema comum: a falta de preparo do
país para planejar obras e fiscalizar seu andamento de forma criteriosa.
Próximo do último ano de mandato e às vésperas do início da campanha à
reeleição, é natural que a presidente se preocupe em inaugurar, dentro do
prazo, obras com as quais se comprometeu perante os brasileiros. Da mesma
forma, é atribuição do TCU agir sempre que ocorrem excessos. A palavra final
será do Congresso, pois cabe à Comissão Mista de Orçamento decidir o cronograma
de liberação de verbas para 2014. Ainda assim, é importante que o alerta
reforce a necessidade de ações preventivas, começando pelos editais e
estendendo-se até a efetiva conclusão dos empreendimentos. Por esta razão
chegamos a triste conclusão que o casamento do engano com a fraude é a única união
indissolúvel nestes tempos em que os falsários se tornaram os grandes mestres e
tudo virou fantasia ou mentira. Por isso: para nos defendermos, passamos a
desconfiar também de tudo e, assim, nos transformamos em vítimas da própria
trapaça. Sim, pois nada é mais destrutivo do que a desconfiança. Dela surgem a
insegurança, o medo e a incerteza, que são piores do que as epidemias. Essa é a
razão de tudo. Obras públicas não podem se prestar apenas para
cerimônias de lançamento de pedra fundamental, de inauguração oficial, de mote
para a atração de eleitores em período eleitoral. É preciso, acima de tudo, que
sejam concebidas adequadamente para os objetivos aos quais se propõem, desde a
fase de licitação até a de execução, com ênfase permanente na fiscalização em
todas as etapas. Um pressuposto para isso é assegurar sempre o máximo de
transparência em todas as etapas. E é importante que o poder público possa
recorrer cada vez mais à digitalização dos processos, com o objetivo de
facilitar o acompanhamento comum mínimo de custos. Infelizmente, ainda falta
muito para que o país se mostre em condições de fazer o máximo possível para a
sociedade com um mínimo de desperdício no setor público. Enquanto isso não
ocorre, o jeito será conciliar a intenção de empreender por parte de quem está
no comando do Executivo com o máximo de eficiência em todas as etapas dos
projetos. Para aperfeiçoar o Brasil a presidente deveria determinar ações que
venham incorrer na apuração dos fatos e não incomodar-se diante de um quadro
que dá sentido a projeções escusas e que certamente seria receptivo para
sociedade se agisse de forma ética em que a sociedade tanto almeja.
Antônio
Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário