Na
delação, senador faz acusações contra Dilma e ex-presidente Lula.
Dilma convocou reunião com ministros mais próximos no início da tarde.
<O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner afirmou
nesta quinta-feira (3) que a presidente Dilma Rousseff recebeu com indignação a notícia
sobre a delação do senador Delcídio do Amaral (MS).
Ex-líder do governo Dilma Rousseff, Delcídio
deixou a prisão em 19 de fevereiro, por ordem do Supremo
Tribunal Federal (STF), após ter ficado 87 dias na cadeia acusado de
tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
<Na delação, Delcídio fez acusações ao ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff, conforme revelou
edição da revista "IstoÉ" que circula nesta quinta-feira.feira (3).
Segundo a publicação, ele disse que Lula tinha
conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras e que Dilma agiu para
interferir na Lava Jato.
Após a divulgação da notícia de que Delcídio havia
dado depoimento na delação premiada, Dilma chamou
uma reunião com os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da
Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, dois dos mais próximos da
presidente.
“Dilma recebeu a delação com a mesma indignação que eu
ou até, talvez, mais, porque envolve diretamente o nome dela”, declarou Wagner
depois de participar do encontro com a presidente.
O ministro afirmou ainda que a presidente ficou
“preocupada” com o que chamou de “vazamentos” de delações premiadas.
“Não me parece razoável que as coisas aconteçam dessa
forma. Assim, não vamos levar a um bom termo o país”, disse.
Perguntado se entendia que Delcídio havia agido por
“vingança” ou “retaliação”, como havia afirmado
Cardozo mais cedo, Wagner não quis opinar.
“Eu não sei. Prefiro não adjetivar. Prefiro ser
objetivo, fático. Esse fato é intolerável numa República e num estado de
direito”, prosseguiu o ministro.
“Se faz um linchamento público, seja de quem for, para
depois alguém dizer que a delação não valeu, não vale nada. Até porque, se ela
deveria estar protegida sob sigilo, eu entendo que a delação perdeu seu valor
do ponto de vista de fato de processo jurídico e virou a execração pública para
depois alguém provar que algo está diferente”, concluiu Wagner.
Assinado,
mas não homologado.
A TV Globo confirmou que o acordo de delação foi
assinado, mas que ainda não está homologado porque um dos pontos foi objeto de
questionamento e ainda está sendo ajustado.
O advogado de Delcídio, Antonio Figueiredo Basto,
disse que não fará comentários sobre a delação premiada de seu cliente, embora
a revista tenha divulgado trechos das revelações feitas pelo parlamentar à PGR.
Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator da
Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidir se vai homologar
o acordo ou não.
Se não for homologado, o acordo perde a validade. A
homologação é a validação de que se trata de um acordo que cumpriu todas as
normas previstas em lei.
Juristas ouvidos pelo G1 informaram
que, se a delação não for homologada, Delcídio não receberá benefícios, como a
redução de pena. Mas tudo o que ele disse nos depoimentos, como as acusações a
terceiros, indicações de provas, relatos de conversas, continuará valendo e
será objeto de investigação e poderá ser considerado em julgamento.
Fonte: G1 – DF.
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